23 de nov. de 2015

Ser como criança

mons-aeMons. João Clá, Fundador e Superior Geral dos Arautos do Evangelho, no texto a seguir — composto de excertos de artigo seu (1) —, esclarece algo de extremamente necessário, e, ao mesmo tempo de que é tão carente, nossos dias: INOCÊNCIA.
Certa mentalidade falseada procura associar a inocência ao fato de se ser bobo. Ora, é exatamente o contrário.
Mons. João Clá comenta as palavras de Jesus: “deixai vir a Mim as criancinhas”. (Mc 10, 14)

A INOCÊNCIA, SUSTENTÁCULO DE QUALQUER ESTADO DE VIDA
Certamente eram as mães que, movidas pelo instinto materno, levavam seus filhinhos até Jesus, em busca do melhor para eles. Nosso Senhor era capaz de obter qualquer benefício, por mais extraordinário que fosse, e talvez tivessem percebido que quando acariciava a cabeça de alguma criança, ela se tornava mais inteligente. Conduziam, pois, os pequeninos para perto do Salvador, a fim de que, impondo-lhes as mãos, lhes concedesse saúde, força, sabedoria e, sobretudo, graças.
Mães levam seus filhinhos a JesusOra, com sua vivacidade infantil, faziam alvoroço em volta d’Ele… Por este motivo, alguns comentaristas sugerem que os Apóstolos estavam preocupados em pôr ordem na multidão e, para evitar que as crianças atrapalhassem o Mestre, repreendiam-nas.
A realidade, porém, é mais profunda. Não só as mulheres, mas também as crianças eram tratadas com desprezo na Antiguidade, situação que só mudaria pelos efeitos do preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 Uma concepção autossuficiente da vida espiritual
De acordo com a mentalidade israelita, a prática da Religião competia exclusivamente aos homens e partia de uma iniciativa própria. Mais tarde, Jesus retificaria este conceito, ensinando: “Não fostes vós que Me escolhestes, mas Eu vos escolhi” (Jo 15, 16). Tanto os fariseus quanto os discípulos reputavam as crianças elementos alheios à Religião.

Para entrar no Reino, precisamos ser dependentes de Deus
Vendo esse erro o Divino Redentor ficou entristecido. Ao afirmar que o Céu pertence àqueles que são como as crianças, ensina que a iniciativa é tomada por Deus, pois é Ele quem distribui as graças, designa a cada um sua vocação e santifica. Cabe-nos aceitar seu chamado como crianças em relação a Deus, e como adultos no governo das criaturas.
Quem é pequenino não se julga um colosso nem autossuficiente, mas dependente; é o que Nosso Senhor elogia e aponta como modelo a ser imitado

A fórmula para conquistar o Céu
Compenetremo-nos disto: somos criaturas contingentes, necessitamos do auxílio de Deus! É preciso ser “como uma criança” para reconhecer a vontade d’Ele e cumpri-la, com a alma aberta a tudo o que vem do alto, à maneira do filho dócil aos ensinamentos dos pais.
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Ser como criança significa também ser inocente, isto é, ter a alma semelhante a um cristal que nunca foi riscado: límpida, transparente e cheia de luz, jamais manchada por qualquer falta. O Reino de Deus é constituído por aqueles que se empenham em conservar a própria inocência e a dos demais.
Quando rezamos no Pai-Nosso “venha a nós o vosso Reino”, devemos arder do desejo de que na Terra e em nosso interior se estabeleça a supremacia da inocência! Se abraçarmos este ideal, seremos abraçados por Nosso Senhor, porque Ele abençoa os que se fazem pequenos.
Quem perdeu a inocência, não pense estar numa situação irremediável. Jesus é a causa de toda a inocência, a fonte de nossa vida espiritual! Peçamos o indispensável amparo da graça para conservarmos intacta a inocência, ou para reconquistá-la, e sejamos arautos da inocência.

(1) JOÃO SOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, EP, “O inédito sobre os Evangelhos”, Libreria Editrice Vaticana, Vol. IV, p. 400-417. Publicado também na revista “Arautos do Evangelho”, nº 166, outubro de 2015, p. 8-17. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl, Photogamm

11 de nov. de 2015

Projeto Futuro & Vida

O Projeto Futuro & Vida é uma iniciativa cultural e educativa de cunho preventivo e moralizante, direcionada ao público juvenil. Proporciona aos alunos das redes e instituições de ensino, de forma totalmente gratuita, o acesso às artes cênicas e à música erudita.
Visa despertar no jovem o senso crítico dos acontecimentos, a fim de ajudá-lo a crescer na capacidade de escolha, aumentar a autoconfiança e criatividade.
O Projeto Futuro e Vida organiza periodicamente passeios e excursões, motivando os jovens a desenvolverem o respeito pela natureza, bem como o gosto pela arte e cultura, através de um ensino vivo e rico em ética, história e cidadania.
O Projeto Futuro e Vida procura criar situações que reforcem os laços familiares, estimulando os pais a estarem presentes, com seus filhos, nas diversas atividades realizadas em nosso Centro Juvenil.
“É preciso ocupar o jovem com atividades elevadas da arte e cultura, do pensamento e das ideias sadias, pois onde há desocupação aí está o perigo. Queremos a salvação da juventude.”
Mons. João S. Clá Dias, fundador.
 
Av. Cel. Francisco Flávio Carneiro, 190, Luciano Cavalcante
Fone: (85) 3272-2413 - Cel: (85) 989-249-252
Atividades esportivas
 
Arte Cênica
 
Coral Arautos de Meninos Cantores

10 de nov. de 2015

Apostolado do Oratório festeja XIV aniversário, em Pacajus (CE)

Celebração eucarística marca 

14 anos do Apostolado do Oratório.




Em 25 de outubro de 2015, coordenadores e famílias que participam do Apostolado do Oratório, Maria Rainha dos Corações lotaram a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Pacajus, para festejar os 14 anos desse movimento de evangelização. 


A solene Missa foi presidida pelo sacerdote arauto
Pe. Roberto Hayashi, EP.


O Apostolado do Oratório tem por objetivo cooperar
com os Bispos e Párocos no esforço por uma nova evangelização.


A solenidade teve início com a recitação do terço e entrada da imagem peregrina do Imaculado Coração de Maria conduzida por membros do Apostolado do Oratório que a coroaram durante a Santa Missa.




Além de cantos gregorianos, o coral dos Cooperadores dos Arautos do Evangelho animaram a Santa Missa daquele domingo entoando hinos em honra a Virgem Maria Santíssima.


Ao final da celebração, coordenadores em torno do celebrante se posicionaram para a tradicional fotografia, como lembrança daquela abençoada comemoração. 



8 de nov. de 2015

O que teria sido a misteriosa estrela que surgiu nos céus, guiando os Reis Magos até Belém?


Nas Sagradas Escrituras vemos Deus muitas vezes comunicar-se aos homens por meio de sinais na natureza: a brisa da tarde Santos Reis Magos e a estrela de Belem.jpgno Paraíso, o arco-íris após o dilúvio, a sarça ardente, a diáfana nuvem de Santo Elias etc. E em seu próprio nascimento, Ele quis usar de um sinal no céu: a Estrela de Belém. Esse fato nos é narrado apenas por um dos evangelistas: São Mateus.
Na verdade, naquela época acreditava- se que o nascimento de pessoas importantes estava relacionado com certos movimentos dos astros celestes. Paulo Eduardo Roque Cardoso
Assim, dizia-se que Alexandre o Grande, Júlio César, Augusto e até filósofos como Platão tiveram a sua estrela, aparecida no céu quando eles vieram ao mundo. Muito se tem comentado a respeito da estrela surgida aos três Reis Magos , guiando-os até o local bendito em que o Salvador haveria de nascer.
E não faltaram homens de ciência tentando encontrar uma explicação natural para esse evento sobrenatural, centro da história humana. Não temos a pretensão de fazer um compêndio científico a respeito, mas não deixa de ter certo interesse conhecer, ainda que de modo sumário, as principais tentativas de solucionar esse enigma. Uma das primeiras teorias levantadas era que esse astro teria sido o planeta Vênus. Pois a cada 19 meses, pouco antes do nascer do Sol, ele aparece dez vezes mais claro que a mais brilhante das estrelas: a Sírius.
Mas esse já era, então, um fenômeno assaz conhecido pelos povos do oriente e, portanto, para os Reis Magos nada teria de extraordinário.
Outra hipótese foi levantada por um astrônomo reconhecido nos meios científicos do século XVI: Johannes Kepler. Tentou ele demonstrar com seus longos estudos, que esse astro não era apenas um, mas a conjunção de dois planetas: Júpiter e Saturno. Quando eles se sobrepõem, somam-se os respectivos brilhos. Um fenômeno desses foi por ele observado em 1604 e podia produzir um efeito semelhante ao que nos conta a Bíblia. A partir daí, Kepler defendeu sua teoria. Paulo Eduardo Roque Cardoso
Mas existem três problemas ao fazer essa afirmação: primeiro, essa conjunção dura apenas algumas horas, e a estrela que apareceu para os Reis Magos foi visível por eles durante semanas; segundo, Júpiter e Saturno nunca se fundem completamente numa única estrela. Mesmo a olho nu, seriam sempre visíveis dois corpos; terceiro, ao menos que a data do nascimento do Menino Jesus esteja muito mal calculada, tal conjunção só poderia ter lugar três anos depois.
Há quem diga que a estrela foi, na verdade, um meteoro especialmente brilhante. Mas um meteoro só pode durar alguns segundos e seria muito forçado crermos que esses poucos segundos de visibilidade bastariam para guiar os reis magos numa viagem através de quilômetros em um deserto inabitável, e que ao chegarem em Belém, apareceu um outro meteoro semelhante, indicando o local exato onde estava o Menino-Deus.
Orígenes, Padre da Igreja nascido em Alexandria, Egito, chegou a acreditar ser a Estrela de Belém um cometa. Pois alguns cometas chegam a ser centenas de vezes maiores que a Terra, e sua luz pode dominar o firmamento durante semanas.
Além disso, alguns sustentam que São Mateus teria ficado tão impressionado com o cometa Halley, visto nos céus em 66 d.C. ou pelo testemunho dos mais antigos cristãos que o tinham visto em 12 a.C., que o incluiu na história. Outros afirmam ter sido o próprio Halley, a Estrela de Belém.
Mas devemos reconhecer que as duas datas citadas estão muito afastadas do nascimento de Jesus, para serem unidas a ele. E segundo os dados catalogados, não há menção de nenhum outro cometa que tenha sido visto a olho nu entre os anos 7 a.C e 1 d.C., período no qual se aceita ter nascido o Messias. Além disso, é corrente serem os cometas na Antigüidade anunciadores de desgraças e não de bênçãos. Uma última hipótese dita científica é a que tenha sido uma "Nova".
Existem certas estrelas que explodem de tal forma que sua luz aumenta centenas de vezes em poucas horas. São as chamadas "Novas", ou "Supernovas", dependendo da intensidade da explosão. Calcula-se que a cada mil anos, aproximadamente, uma estrela se transforme em "Supernova", sendo este fenômeno visível durante vários meses, até mesmo durante o dia.
Mas já não se crê nessa hipótese, pois tais explosões, devido à sua magnitude mesmo depois de séculos deixam traços inconfundíveis no espaço, como manchas estelares etc. Entretanto, até hoje não se descobriu nenhum indício de tal fenômeno ocorrido nesse período histórico. Paulo Eduardo Roque Cardoso
Embora várias tentativas de explicação científica não tenham dado respostas plenamente satisfatórias ao mistério da Estrela de Belém, isso em nada diminui o mérito dos esforçados estudiosos que com reta intenção buscam desvendar os enigmas da natureza. MasAdoração Reis Magos..jpgdeixando essas hipóteses de lado por um momento, voltemos nossos olhos à outro aspecto da questão: o campo teológico, onde se considera que essa estrela era a realização da profecia do Antigo Testamento: "Uma estrela avança de Jacó, um cetro se levanta de Israel" (Num 24,17).
Alguns teólogos defendem que São Mateus fez uma interpretação das tradições da época, referindo-se ao astro não como uma estrela no sentido literal, mas como símbolo do nascimento de um personagem importante. Mas São Tomás, o Doutor Angélico, já havia pensado nisso em sua época e resolveu a questão na Suma Teológica (III, q. 36, a.7), usando cinco argumentos tirados de São João Crisóstomo:
1º. Esta estrela seguiu um caminho de norte ao sul, o que não é comum ao geral das estrelas.
. Ela aparecia não só de noite, mas também durante o dia.
3º. Algumas vezes ela aparecia e outras vezes se ocultava.
4º. Não tinha um movimento contínuo: andava quando era preciso que os magos caminhassem, e se detinha quando eles deviam se deter, como a coluna de nuvens no deserto.
. A estrela mostrou o parto da Virgem não só permanecendo no alto, mas também descendo, pois não podia indicar claramente a casa se não estivesse próxima da terra.
Mas se esse astro não foi propriamente uma estrela do céu, o que era ela? Segundo o próprio São Tomás, ainda citando o Crisóstomo, poderia ser:
1º. O Espírito Santo, assim como ele apareceu em forma de pomba sobre Nosso Senhor em Seu batismo, também apareceu aos magos em forma de estrela.
2º. Um anjo, o mesmo que apareceu aos pastores, apareceu aos reis magos em forma de estrela.
3º. Uma espécie de estrela criada à parte das outras, não no céu mas na atmosfera próxima à terra, e que se movia segundo a vontade de Deus.
     Como solução ao mistério da Estrela de Belém, São Tomás acreditava ser mais provável e correta esta última alternativa. De qualquer forma, temos a certeza de que essa estrela continua a brilhar não só no alto das árvores de Natal, mas principalmente na alma de cada cristão ao comemorar a Luz nascida em Belém para iluminar os caminhos da humanidade. (Revista Arautos do Evangelho, Dez/2007, n. 72, p. 36-37)

5 de nov. de 2015

Entrevista no Programa Ceará Católico

Assista, a partir deste próximo domingo, das 9 às 10 horas da manhã, pela TV Ceará, entrevista exclusiva com os Arautos do Evangelho, no programa Ceará Católico, apresentado por Ana Clara Rocha.
O carisma dos Arautos do Evangelho e a devoção a Maria Santíssima serão alguns dos temas abordados pela apresentadora, que continuará nos domingos seguintes deste mês de novembro, a série de entrevistas com os Arautos do Evangelho. 
Paulo Eduardo Roque Cardoso

1 de nov. de 2015

A FELICIDADE É MESMO ALCANÇÁVEL?

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O homem é criado com algo, ao mesmo tempo fortíssimo e – muitas vezes – não muito explícito: a busca da felicidade. Há, porém uma situação, tantas vezes trágica e cada vez mais comum em nossos dias: não a encontramos. Por que?
Não será porque a procuramos onde ela não está?
O Mons. João Clá, Fundador e Superior Geral dos Arautos de Evangelho usou certa vez uma comparação pitoresca, mas que exprime bem porque muitos não a encontram.
Imaginem – dizia o Monsenhor – alguém, que perdeu um objeto durante uma representação teatral, mas só se dá conta da perda após o término da peça. As luzes do teatro já estão apagadas… A pessoa resolve então – como a parte externa do prédio está bem iluminada – procurar do lado de fora…
Isso bem poderia comparar-se com muitas atitudes em nossos dias: procurar a felicidade onde ela não está…
Qual a pista para encontrar a felicidade?
Disso trata o Mons. João Clá no texto transcrito a seguir, da coleção de seus comentários publicada pela LIbreria Editice Vaticana. (*)

COMO ALCANÇAR A FELICIDADE?
(Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP)


Pródigo em irradiar a luz e o calor, o Astro Rei anuncia o início e o término de cada dia com fulgores sempre novos, oferecendo a quem quiser contemplá-lo, no alvorecer ou no ocaso, um belo espetáculo que proclama a grandeza de Deus.
meditacao-aeAlgo semelhante pode ser observado em todos os seres materiais, pois o Criador os dispôs, um a um, conforme os desígnios de sua sabedoria,e “tudo tende regularmente para a sua finalidade” (Eclo 43, 28).
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As árvores frutíferas, por exemplo, dão em alimento aos homens e aos animais a abundância de seus frutos, coma diversidade de sabores, perfumes, formatos e colorações que caracteriza a riqueza de sua vitalidade. Paulo Eduardo Roque Cardoso
E, quer em meio às águas, quer nas alturas do firmamento, sobre a Terra ou até nas profundezas dela, o reino animal manifesta com profusão ainda maior as infinitas perfeições do Autor da vida. Guiados por instintos inerrantes, os animais movem-se com impressionante acerto para obter o seu sustento, e algumas espécies constroem abrigos tão engenhosos, como é o caso das abelhas, que causam admiração à própria inteligência humana.
A respeito de tão eloquente harmonia da criação, afirma São Boaventura: “O universo é semelhante a um canto magnífico que desenrola suas maravilhosas consonâncias; suas partes se sucedem até que todas as coisas sejam ordenadas em vista de seu fim”. (1)
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Este fim último e absoluto de todas as criaturas consiste em dar glória a seu Criador, pois o mundo foi por Ele tirado do nada, não por uma necessidade, mas como manifestação de uma bondade infinita, conforme ensina São Tomás.  (2)
Da parte dos seres irracionais, esse louvor é tributado pelo simples fato de existirem e trazerem em si reflexos do Criador, como canta o Eclesiástico: “A obra do Senhor está cheia de sua glória” (42, 16).
Entretanto, o dever de tal glorificação cabe em especial às criaturas inteligentes e livres — Anjos e homens —, por serem capazes de honrar a Deus por amor, de modo consciente, livre e voluntário.
O renomado teólogo Frei Royo Marín, OP, pondera: “Ao homem, principalmente, por ser composto de espírito e matéria, corresponde recolher o clamor inteiro da criação, que suspira pela glória de Deus (cf. Rm 8, 18-23), e oferecê-la ao Criador, como um hino grandioso em união com sua própria adoração”. (3)
Na sua misericórdia, a Providência faz coincidir essa glorificação com a felicidade do ser humano, procurada com incansável ardor ao longo da vida terrena: “Alcançando sua própria felicidade, o homem glorifica a Deus e, glorificando-O, encontra sua própria felicidade. São dois fins que se confundem realmente, embora haja entre eles uma diferença de razão. A suprema glorificação de Deus coincide plenamente com a nossa suprema felicidade”, (4) conclui o teólogo dominicano.
Apesar de tal plenitude ser atingida apenas ao se entrar na bem-aventurança eterna, é possível ao homem gozar de certa felicidade verdadeira ainda nesta vida. Desfrutam-na todos os que orientam a existência rumo à finalidade suma, conhecendo, amando e servindo a Deus, trilogia que se sintetiza na prática da virtude e no empenho em promover a glória d’Ele na Terra.
Ora, como “o bem, enquanto tal, é difusivo; e quanto melhor algo é, tanto mais difunde sua bondade às coisas mais distantes”, (5) as almas possuidoras de tal alegria não a limitam à satisfação pessoal, pois anseiam transmiti-la a todos os semelhantes.
Surge, então, o corolário da verdadeira felicidade: fazer o bem ao próximo, levando-o a participar das alegrias da virtude, nesta Terra, rumo às eternas alegrias do Céu.
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(*) JOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, EP, “O inédito sobre os Evangelhos”, Libreria Editrice Vaticana, 2013, Vol. VI, p. 193-195. Publicada também na revista “Arautos do Evangelho”, n º 139, julho de 2013, p. 11-12.Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
(1) SÃO BOAVENTURA. In I Sent.d.44, a.1, q.3. In: Opera Omnia. Florença: Ad Claras Aquas (Quaracchi), 1883, t.I, p.786.
(2) Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO.Suma Teológica. I, q.44, a.4.
(3) ROYO MARÍN, OP, Antonio. Teología Moral para seglares. Madrid, BAC, 1996, v.I, p.29.
(4) Idem, p.38.
(5) SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma contra os gentios. L.III, c.24.
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