25 de dez. de 2017

Feliz e Santo Natal

Ceia de Natal dos Arautos
 em Fortaleza


Conduzida por uma jovem do ramo feminino dos Arautos do Evangelho, a singela imagem do Menino Jesus segue cortejo, formado por cooperadores dos Arautos que trazem a imagem do Imaculado Coração de Maria.


Assim, sob as bênçãos do Pe. David Francisco, EP, davam-se continuidade às solenidades natalinas dos Arautos em Fortaleza após Celebração Eucarística realizada na Casa São José desta comunidade religiosa. Familiares e amigos dos Arautos, formando uma só família e animados pela presença de Jesus e Maria se dirigiram para o campo e ali rezaram juntos com o sacerdote, que abençoando os alimentos oficializava o início da Santa Ceia.
  




Naquela mesma noite de comemorações em torno do Nascimento de Jesus Menino foi projetado, em telão, um breve histórico das atividades realizadas ao longo do ano de 2017.

Um Santo e Feliz Natal


21 de dez. de 2017

O Nascimento do Amor e do Combate

Não nascemos,
senão, para a luta!
O afeto materno de Maria dá força
ao mais glorioso dos guerreiros

As circunstâncias que cercaram esse nascimento, se vistas meramente com olhos humanos, cumulam-no de transtornos e deficiências, contradizendo os critérios mundanos segundo os quais os reis são recebidos com toda a pompa e luxo. Mas para quem tem olhos de fé trata-se da vinda ao mundo do mais glorioso dos guerreiros, que não desejou um berço para repousar, pois não veio em busca do descanso, mas da luta; que não Se importou com o frio, pois um combatente está disposto a tudo enfrentar para cumprir sua missão; que não temeu a pobreza, dando o exemplo de que um cavaleiro só deve confiar no Céu para obter a vitória; que, ainda antes de falar ou caminhar, já sabia esquivar-Se de seus inimigos e, com astúcia divina, lograr um Herodes.

Por outro lado, quis o carinho de Maria, a Mãe perfeita, pois um guerreiro precisa do calor do afeto materno a fim de ganhar forças para a luta; quis a presença de São José, pai inigualável, silencioso, que só por sua presença inspirava confiança.

Na fria gruta de Belém despontavam todos os esplendores da Santa Igreja e da Civilização Cristã. Havia cinco milênios que a humanidade esperava a união dos Céus à terra. Na noite em que Deus feito Homem nasceu, esse plano realizou-se em Maria Santíssima e no coração do servo a quem Deus tanto amava, São José. Só eles, entretanto, viam toda a grandeza do que se passava: de forma simples e escondida, a vitória sobre os maus e a derrota do demônio estavam decididas para sempre.

(Extraído do livro São José: Quem o conhece?..., Cap. IX, pág. 235, de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP)

19 de dez. de 2017

O Tempo do Natal


As solenidades do
 Tempo do Natal
Deus tornou-se Homem,
para que os homens se tornassem divinos.

Depois da Páscoa, a mais venerável e solene das festas da Igreja é o Natal do Senhor. O Tempo do Natal é comemorado com gáudio (cor branca), pois a geração de Cristo é a origem do povo cristão: “o natal da Cabeça é também o natal do Corpo” (São Leão Magno).

Origem

Santo Agostinho explica a data da celebração do Natal do Senhor da seguinte forma: sendo a concepção do Redentor consumada no dia 25 de março, seu nascimento só poderia ter ocorrido nove meses depois, quando a gestação no claustro puríssimo de Maria estivesse completa, ou seja, no dia 25 de dezembro. Tendo em conta que o Natal do Senhor coincida com a festa pagã do Sol invicto dos romanos (solstício do inverno em que o sol começa a vencer as trevas no hemisfério norte), os cristãos assumiram-na dando-lhe, entretanto, seu verdadeiro sentido: celebrar o nascimento do autêntico Vencedor, o Sol de Justiça. Existem indicações claras a respeito da fixação desta data, tanto no Oriente quanto no Ocidente, que remontam ao século IV.

Duração

O Tempo do Natal estende-se desde as primeiras Vésperas da Solenidade do Natal do Senhor até a Solenidade do Batismo do Senhor (domingo após a Epifania).

Os oito dias que sucedem ao Natal são celebrados como se fossem um único dia: é a Oitava de Natal.

No domingo depois do Natal celebra-se a festa da Sagrada Família. A oitava natalina encerra-se com a Solenidade de Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro). Assim, o Ano Novo inicia-se sob a proteção da Santíssima Virgem, que deu ao mundo o Salvador. Neste dia, em que foi posto ao Divino Menino o Santíssimo Nome de Jesus, Nossa Senhora é proclamada pela Liturgia como “Mãe de Cristo e Mãe da Igreja”, Aquela que tem “ao mesmo tempo o gozo da maternidade e a glória da virgindade”.

A Solenidade da Epifania do Senhor, celebrada no dia 6 de janeiro por costume igualmente antigo, comemora a manifestação do Salvador aos gentios, começando com a adoração dos Magos vindos do Oriente (Mt 2,1).

Santo Estêvão, o Protomártir,
mártir de fato e de desejo.
Com a Solenidade do Batismo do Senhor inicia-se a missão pública do Salvador, o “Filho predileto” do Pai (Mt 3,17). Esta celebração litúrgica recorda também o primeiro milagre de Jesus Cristo em Caná, onde Ele “manifestou sua glória e seus discípulos creram nele” (Jo 2,11)

Simbolismo

Na oitava de Natal estão incluídas importantes festas: Santo Estêvão, o Protomártir (26 de dezembro); São João, Apóstolo e Evangelista (27 de dezembro) e os Santos Inocentes (28 de dezembro). A esse respeito, explica São Bernardo que Nosso Senhor Menino quis ser circundado de mártires, pois São João é mártir de desejo, os Santos Inocentes são mártires de fato e Santo Estêvão é mártir de fato e desejo.

No dia do nascimento do Senhor, segundo a antiga tradição romana, os sacerdotes podem celebrar três missas. Estas comemoram a adoração do Senhor em círculos concêntricos: pela Santíssima Virgem, São José e os Anjos, na intimidade da Sagrada Família (Missa da Noite); pelos pastores, como as primícias de Israel (Missa da Aurora); e por todos o homens que O quiserem receber (Missa do Dia).

Deus tornou-se Homem, ensina Santo Agostinho, para que os homens se tornassem divinos. 


11 de dez. de 2017

3 - O Ano Litúrgico: Domingo, Cerne do Ano Litúrgico

O Domingo
Núcleo do Ano Litúrgico

Materialmente, o Ano Litúrgico pode ser considerado como uma sucessão de 365 ou 366 dias, ou ainda, liturgicamente e em sentido lato, designa os 52 domingos, cada qual com sua semana e as festas ocorrentes. Ou seja, tem como célula-base o domingo, uma das principais realidades do cristianismo que remonta ao tempo dos Apóstolos.

Para os primeiros cristãos, sobretudo aqueles oriundos do judaísmo, o sábado era considerado o último dia da semana, especialmente dedicado ao culto. Entretanto em pouco tempo, o domingo prevaleceu como o dia destinado ao louvor. Não houve, portanto, uma mera substituição: ele é o cumprimento e plenitude do sábado, e este é sua prefigura e profecia preparatória.

Entre os israelitas o nosso domingo era definido como “o primeiro dia depois do sábado”, no sentido cristão, porém, recebe dupla compreensão, pois recorda a criação do mundo quando, “no primeiro dia”, Deus criou a luz e assume maior significado quando consideramos que a nova criação teve início no primeiro dia da semana, quando o Senhor do Universo venceu a morte pela sua ressurreição. É o “dia do Senhor” (dies dominica), formulação empregada pela primeira vez no Apocalipse de São João. Rapidamente o adjetivo (dominica) converte-se em substantivo e passa a denominar com toda a propriedade o dia dedicado, de modo especial, ao louvor e à ação de graças a Deus.

O Domingo é o dia dedicado, especialmente, ao louvor e à ação de graças a Deus
Gravura da Ressurreição do Senhor - Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras SP
O domingo é fundamento e núcleo, mas de modo algum encerra todas as riquezas do Ano Litúrgico. Ele irradia a luz pela qual os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e a fundação de Seu Corpo Místico fazem sentido: esse brilho é a Páscoa do Senhor. Contudo, ao longo dos séculos, a Santa Igreja foi estruturando e acrescentando outras festividades. Assim, durante o Ano Litúrgico, com uma série de solenidades, a Igreja honra a Santíssima Trindade, celebra a obra da Redenção, obsequia a Virgem e os Santos, roga e faz rogar pelos fieis defuntos. Não há dia que não teve o signo da santidade: a Igreja imprime ao fugaz do tempo o selo espiritual e eterno.


30 de nov. de 2017

O Veneno da Maledicência

Se fosse possível acabar com 
a maledicência no mundo, 
acabaria metade das ofensas 
a Deus e ao próximo

A afirmação é de um teólogo, especialista em moral católica. Será Santo Afonso de Ligório? Anotei o princípio e não o autor. Vejamos se alguém ajuda a atribuir com certeza a autoria.

Maledicência é diferente de difamação: a difamação é afirmar de outrem algo inexistente, ou seja, uma mentira; maledicência é dizer algo real mas que não há nenhuma razão para se dizer do próximo.


"De maledicência, astúcia e dolo sua boca está cheia; em sua língua só existem palavras injuriosas e ofensivas. (Salmos 9, 28)"

Um episódio ocorrido antes do nascimento de Jesus esclarece este ponto.

* * *

Um homem, procurou um sábio e disse-lhe:

– Preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de…

Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

– Espere um pouco. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?

– Peneiras? Que peneiras?

– Sim. A primeira é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?

– Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!

– Então suas palavras não resistiram à primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?

– Não! Absolutamente, não!

– Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?

– Não… Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.

E o sábio sorrindo concluiu:

– Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos.

Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras.

Pessoas sábias falam sobre ideias, pessoas comuns falam sobre coisas e pessoas medíocres falam sobre pessoas.


fonte: http://campos.blog.arautos.org/2013/12/maledicencias/

27 de nov. de 2017

O Mérito do Sofrimento

Crescemos na fé e na confiança
quando Nossa Senhora nos manda cruzes

Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos - São Paulo, Brasil

"Quando estiver tardando muito
para recebermos uma graça
pedida por intermédio de Nossa Senhora,
não devemos considerar isto como uma recusa,
mas como uma promessa de que,
se pedirmos muito, aquela graça nos será dada
com uma abundância extraordinária.

Há certos retardamentos de Nossa Senhora,
enquanto Auxílio dos Cristãos,
onde Ela dá mais tardando
do que concedendo logo.
E isso em parte porque se Maria Santíssima
atendesse todos os nossos pedidos imediatamente,
a Terra se transformaria num paraíso
e os sofrimentos desapareceriam.

Ora, uma das maiores graças
que Nossa Senhora nos dá
são as cruzes e os sofrimentos:
muitas vezes Ela tarda em nos atender
a fim de recebermos o mérito do sofrimento.
Assim crescemos na Fé e na Confiança."


(Extraído de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em 21/05/64)

21 de nov. de 2017

Arautos realizam Simpósio em Fortaleza

A Teologia da Cruz
Como enfrentar as adversidades da vida de hoje
e ter uma vida espiritual estável e segura
à imitação de Nossa Senhora e dos Santos?

A Casa São José, sede dos Arautos do Evangelho em Fortaleza, sediou durante o período de 15 a 20 de novembro um simpósio para formação espiritual de seus membros cooperadores, amigos e simpatizantes sobre “A Teologia da Cruz” presidido pelo Ir. Sérgio Uêda, EP, proveniente da capital paulista.

Nestes seis dias de sólido conteúdo doutrinário os participantes, além das celebrações diárias das Missas e um sacerdote Arauto à disposição para atendimento de confissões, puderam compreender a significação teológica da dor como expiação necessária, e como meio indispensável de santificação.



Convencido da importância deste tema e do bem que faria às almas presentes, o expositor dos Arautos do Evangelho reforçava a cada dia, que somente através do entendimento do papel da dor e do mistério da Cruz é que a humanidade pode salvar-se da crise tremenda em que está afundando, e das penas eternas que aguardam os que até o último momento permanecerem fechados ao convite de Nosso Senhor Jesus Cristo para trilhar com Ele a via dolorosa.



Por outro lado, o Sr. Sérgio Uêda prendeu a atenção de todos ao revelar o que ocorre aos espíritos hedonistas de nossos dias, que fogem do sofrimento de todos os modos possíveis, contestando qualquer forma de renúncia e qualquer luta contra as paixões desregradas. Estes, que apontam a religião como em perigo, estão repletos de toda a espécie de injustiça, perversidade, ambição, maldade; cheios de inveja, homicídios, discórdia, falsidade, malícia; são difamadores, maldizentes, inimigos de Deus, insolentes, orgulhosos, arrogantes, engenhosos para o mal, rebeldes para com os pais, estúpidos, desleais, inclementes, impiedosos.



Outros assuntos correlatos foram tratados como o Amor ao Holocausto e Idade Média - Fruto do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ao Simpósio sobre a Teologia da Cruz, ainda acrescentaram-se vários relatos sobre as impressionantes profecias para os dias atuais de São Nilo, Beata Ana Maria Taigi, São Pio de Pieltrecina, além de comentários sobre as aparições de Nossa Senhora em Fátima (Portugal), Sallete (França), Akita (Japão) e Quito (Equador).




18 de nov. de 2017

Nossa Senhora das Graças

Pedi e recebereis
Deus distribui suas graças por meio de Nossa Senhora. 
Dirija-se a Maria quem deseja graças.

Ó Maria, achastes a graça, porque a desejastes e buscastes.
Achastes a graça, incriada, que é o próprio Deus feito vosso Filho.
Imagem de Nossa Senhora das Graças - Casa Monte Carmelo dos Arautos do Evangelho - São Paulo

Reputamos feliz a família visitada por algum real personagem, não só pela honra recebida, como pelas vantagens que espera receber. Por mais feliz, porém, se tenha a alma que é visitada por Maria, Rainha do mundo. Essa bondosa Mãe não pode deixar de encher de bens e de graças tais almas bem-aventuradas.

Feliz a casa onde entra a Mãe de Deus! Bem o experimentou a casa de São João Batista. Apenas entrada, Nossa Senhora cumulou a família toda de graças e bênçãos celestiais.

Por meio de Maria nos vieram as primícias da graça redentora

Do arcanjo São Gabriel ouviu a Santíssima Virgem que Isabel, sua prima, estava grávida de seis meses. Iluminada interiormente pelo Espírito Santo, conheceu que o Verbo humanado, e já feito seu Filho, queria começar a manifestar ao mundo as riquezas de sua misericórdia. E era resolução dele começá-lo pela distribuição das primícias àquela família de Isabel. Por isso sem demora e com pressa partiu a Virgem para as montanhas (Lc 1, 39).

Levantando-se da tranquilidade de sua contemplação, a que estava sempre aplicada, e deixando a sua cara solidão, com grande pressa partiu para a casa de Isabel. E porque a caridade tudo suporta (1Cor 1, 37) e não sabe sofrer demoras, pôs-se a tenra e delicada donzela a caminho, sem se atemorizar com as fadigas da viagem. Chegada que foi àquela casa, saudou sua prima.

Como reflete Santo Ambrósio, foi Maria a primeira a saudar Isabel. Mas não foi a visita de Nossa Senhora como são as visitas dos mundanos, que pela maior parte se reduzem a cerimônias e falsas exibições. Sua visita trouxe àquela casa um cúmulo de graças. Com efeito, mal entrara e saudara seus habitantes, ficou já Isabel cheia do Espírito Santo, e João livre da culpa e santificado. Por isso deu aquele sinal de júbilo, exultando no ventre de sua mãe. Queria com isso manifestar as graças recebidas por meio de Maria, como declarou a mesma Isabel: Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos meus ouvidos, logo o menino exultou de prazer em minhas entranhas (lc 1,44). Em virtude desta saudação, observa Bernardino de Busti, recebeu João a graça do Divino espírito Santo, que o santificou.

Deus continua a distribuir suas graças por meio de Maria

Os primeiros frutos da redenção passaram, pois, pelas mãos de Maria. Foi Ela o canal pelo qual foi comunicada a graça ao Batista, o Espírito Santo a Isabel, e o dom de profecia a Zacarias, e tantas outras bênçãos àquela casa. Foram estas as primeiras graças que sabemos terem sido distribuídas na terra pelo Verbo, depois que se encarnou. É muito justo e razoável crer que, desde então, Deus constituiu Maria o aqueduto universal, como a chama São Bernardo, pelo qual, depois daquele tempo, passassem todas as outras graças que o Senhor quer dispensar-nos.

Acertadamente, portanto, chamam esta divina Mãe de tesouro, de tesoureira e de dispensadora das divinas mercês. Segundo Ricardo de São Lourenço, Deus depositou em Maria, como num erário de Misericórdia, todos os dons da graça e desse tesouro enriquece aos que O servem.

“Não temas, Maria, disse-lhe o anjo, pois achaste graça diante de Deus” (Lc 1,30). Sobre o texto, acrescenta com elegante reflexão Santo Alberto Magno: Ó Maria, não roubastes a graça como a queria roubar Lúcifer; não a perdestes como a perdeu Adão; não a comprastes como a queria comprar Simão, o mago. Achastes a graça, porque a desejastes e buscastes. Achastes a graça, incriada, que é o próprio Deus feito vosso Filho.

(Extraído da obra Glórias de Maria, de Santo Afonso Maria de Ligório)




7 de nov. de 2017

A Rainha de todas as Coroas

A mais bela coroa
do mundo

Ao analisar com muita admiração a Coroa do Império Austríaco vemos que ela é uma coroa que nasceu não de um mero planejamento, mas de um sonho!

A meu ver a coroa imperial da Áustria é a mais bela coroa que existe.

Mandada fazer por Rodolfo II para ser propriedade pessoal dele, depois passou a pertencer ao tesouro do Sacro Império Romano Alemão. Quando este foi extinto, as potências reunidas por ocasião do Tratado de Viena resolveram entregar ao Imperador da Áustria, Francisco I, o tesouro dos imperadores do Sacro Império. Então o novo Império Austríaco, que era uma espécie de continuação do Sacro Império Romano Alemão, tomou esta coroa como sendo a dos imperadores da Áustria.

Caráter intrinsecamente sacral do Império Austríaco

A mim me parece que ela exprime magnificamente a índole, conforme a expressão francesa, le génie da Casa d’Áustria, nos aspectos em que ela corresponde à graça.

A coroa é de um valor inapreciável. Ela tem um quê de mitra, exprimindo bem o caráter intrinsecamente sacral do Império Austríaco, continuador do Sacro Império Romano Germânico. É de linhas suaves, enquanto que a coroa carolíngia é mais hirta. Esta é quase uma carícia materna. Ao mesmo tempo é riquíssima, com uma quantidade enorme de ouro, pedras preciosas e pérolas, constituindo uma magnífica coleção.

Esta coroa possui uma cruz do tipo oriental, com as pontas formando trevo.
Em cima foi colocada uma safira de tamanho descomunal, muito bonita,
a qual significa o nexo entre o Sacro Império e o Céu.
É uma gota de Céu posta no alto da coroa.
A safira incrustrada tem qualquer coisa de fábula!

Ela tem todos os elementos para se fazer uma análise à luz do maravilhoso. Para mim, o que encanta nela são as duas fileiras de pérolas laterais, que se abrem para cima e formam um todo; isso significa uma espécie de soberania. Para dizer tudo numa palavra só: essas sociedades antigas tinham entidades secundárias que, numa determinada linha, possuíam uma soberania até em relação ao Imperador. Neste sentido, se chamavam cortes soberanas, estados soberanos, vivendo dentro do próprio Estado. Eram determinados valores que tinham uma afirmatividade pessoal e se deviam ver na arquitetura do Estado, mas não se deixavam sorver pelo Estado.

Agradam enormemente esses dois lados, que se apresentam meio entreabertos, para se compreender como esses todos são distintos dentro do unum. Justificando um pouco a ideia de que o alemão e o francês são as duas metades do mundo, as quais se completam desta maneira sem se fundirem, em cuja fenda, não de guerra, mas de distinção, se sente melhor a força do pedúnculo. E isto se exprime muito bem nessa coroa, que eu acho rica em sentidos de toda ordem; uma coroa arquetípica.

A meu ver, esta é a coroa! Nela a Civilização Cristã moribunda exalou um dos seus últimos perfumes. O rude, presente aqui, não está nem sequer disfarçado, mas banhado pela safira. Eu considero essa coroa uma verdadeira obra-prima!

Possui esmaltes lindos, com um papel cromático que as pedras preciosas não possuem, e lhe dá uma característica própria. Não tem o requintado francês, mas é uma coisa que voa acima. Se a compararmos com outras coroas, pode-se dizer que essa é o seu pleno épanouissement. Essa é a coroa por excelência, não há coisa igual.

Percebe-se nessa coroa muita bondade, própria de um reino paterno, uma joia perfeita. É a transesfera, a águia bicéfala voando.

Dignidade, bondade, esplendor, conforto e força

A coroa de Luís XV é uma maravilha, mas comparada com a coroa austríaca…

Eu a considero como a coroa mais bonita do mundo. Por quê? Por uma razão muito simples. É que, olhando-a, tenho a impressão da beleza total, insuperável e dificilmente igualável. Logo, tem de ser a mais bonita do mundo. A inteligência de não fazer dessa coroa um capacete todo fechado de metal, mas deixar aparecer dentro um gorro de veludo muito bonito, bem arranjado... Acho essa abertura ideal. Por cima do veludo passa uma espécie de arco, que toca numa ponta e se abre de um modo bonito. Ela tem algo de oriental. Aliás, percebe-se também o papel do sonho nessa coroa; não é uma coroa que se planeja, sonha-se com ela. É uma coisa diferente.

Eu a considero a obra-prima em matéria de coroa. Ela é austera? É preciso ver o que se entende como austeridade; se é seriedade, gravidade, creio não haver dúvida de que ela é austera.

O que essa coroa tem de muito interessante é qualquer coisa de materno.
Um súdito que olha para essa coroa, e entenda
que ela é feita para governá-lo, se sente protegido.

Essa coroa é a imagem de um estado de espírito que abrange não apenas um aspecto, mas toda a mentalidade de um homem. Esse homem sonhou para si um estado de espírito de dignidade, de bondade, de esplendor, de conforto e de força; é o Céu na Terra para ele. E depois ele mandou executar o trabalho.


Plinio Correa de Oliveira - Extraído de conferências de 13/5/1982, 6/6/1992 e 19/7/1992

3 de nov. de 2017

Alimento para a piedade

 . . . há um olhar de Nossa Senhora que nos segue.
Maria Santíssima nunca
nos perde de vista
e jamais nos abandona.

Evoco aqui um fato passado numa antiga cidade polonesa, na ocasião em que estava sendo invadida por cruéis inimigos da religião católica.

Não podendo mais resistir, os habitantes fugiram, abandonando tudo. Ali vivia São Jacinto, digno filho de São Domingos de Gusmão e ardentíssimo devoto de Nossa Senhora. Antes de escapar dos agressores, foi se despedir da Padroeira da cidade, uma bela imagem da Virgem Santíssima, talhada em alabastro. Enquanto se recomendava a ela, ouviu-a distintamente murmurar: “E eu? Tu me abandonas? Leva-me contigo!”

O santo não sabia o que fazer. A imagem era muito pesada, não a podia carregar sozinho. Porém, apenas a tentou tomar em seus braços, sentiu-a leve como uma pena. A imagem perdeu todo o seu peso, por um milagre da poderosíssima Mãe de Deus. Surpreso e admirado, São Jacinto a estreitou devotamente e tomou com ela o caminho da fuga.

Este episódio nos mostra como Nossa Senhora preza suas imagens, como se sente representada dignamente por elas, e como não deseja que se faça a elas o que não é respeitoso nem correto fazer a Ela mesma. Maria obrou um prodígio para que sua imagem fosse levada embora de um local onde provavelmente seria profanada pelos que ameaçavam a cidade.

Por outro lado, vemos como Nossa Senhora se compraz em nos acompanhar através de suas imagens, e quer que as imagens d’Ela nos acompanhem. E assim operou um verdadeiro milagre para que a Padroeira acompanhasse seus filhos ao longo do êxodo que se viram obrigados a empreender. Uma imagem de alabastro, pesadíssima, além de se fazer ouvir pelo santo, torna-se leve e facilmente transportável. É um modo de Nossa Senhora nos dar a entender como deseja estar presente no meio de seus filhos.

Nossa Senhora é uma razão constante de alegria para os católicos

Que aplicação colheremos desse fato para a nossa vida cotidiana?

Manifestando esse desejo de que suas imagens sejam de seus filhos, Nossa Senhora quer fazer notar quanto nos acompanha em todas as vicissitudes e em todas as circunstâncias de nossa existência. Se um símbolo d’Ela não nos abandona, quanto menos nos abandonará a própria Simbolizada!

Quer dizer, em qualquer situação em que estejamos, em todas as latitudes, em todas as longitudes, nas maiores elevações como também nos períodos mais tristes de nossa vida espiritual, há um olhar de Nossa Senhora que nos segue. Há uma proteção e uma providência particular de Maria Santíssima que nunca nos perde de vista e jamais nos abandona.

E essa certeza nos deve dar exatamente uma sensação de tranquilidade em relação às vicissitudes desta vida. E o pensamento que deve nortear nossos dias, especialmente ao longo do mês de maio, é este: Nossa Senhora é minha Mãe e não me deixará sozinho. Ela nunca desvia de mim seu olhar maternal, sobretudo naqueles momentos em que tanto precisa das graças que Ela alcança, para progredir na minha piedade, ou para qualquer outra necessidade, seja espiritual, seja temporal.

Nossa Senhora irá ao meu encalço como a divina Pastora que Ela é. E posso ter, portanto, essa serenidade e essa segurança no transcurso de minha vida: 
a todo instante pairam sobre mim a proteção e o olhar de nossa Mãe Santíssima.
















Cumpre insistir, a Virgem jamais nos desampara. Pois se uma imagem de alabastro – que, afinal, não é senão alabastro – vai ao encalço dos devotos dela, mais ainda velará Maria, em pessoa, por todos e cada um de seus filhos.


(Revista Dr. Plinio, Maio/2002)