Quando nada mais tivermos a suplicar
a Nossa Senhora, ainda digamos:
Ó
clemente, ó piedosa,
ó
doce sempre Virgem Maria!
São Bernardo ajoelhado, dirigiu a Nossa Senhora um louvor que ecoou por toda a Cristandade. Imagem de Nossa Senhora na Catedral de Speyer |
Glorioso encomiasta da
Santíssima Virgem, São Bernardo não podia pensar na clemência de Nossa Senhora
sem experimentar um sentimento que, muitas vezes, chegava até ao êxtase.
Foi assim que, na noite de
Natal de 1146, encontrando-se ele na Catedral de Speyer, Alemanha, onde
pregaria durante a Missa do Galo, ouviu a multidão ali presente cantar, com
profunda piedade, a Salve Regina. Ao fim das palavras: “et Jesum benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium
ostende”, emudeceram-se todas as vozes, pois assim terminava então aquela
incomparável prece.
incomparável prece.
São Bernardo, Abade e Doutor da Igreja (1090-1153) |
Emocionado, ajoelhou-se
São Bernardo diante do altar-mor, recolhendo-se por alguns momentos antes do
sermão que pronunciará. Nunca o havia tocado tanto a Salve Regina quanto
naquela noite! “Eia ergo, advocata
nostra” ... Este brado de confiança era tão penetrante, íntimo e
irresistível, que pedia uma resposta de clemência, suavidade e doçura.
Ainda ressoam no sagrado
recinto as últimas sílabas daquele clamor à Rainha do Céu. E Nossa Senhora põe
a resposta nos lábios de seu discípulo predileto, Bernardo de Claraval.
Catedral de Speyer, Alemanha |
Voltado para os fieis, de
pé e com os braços abertos, São Bernardo eleva sua potente voz que domina toda
a assistência. Num terno e insuperável verso, anuncia ele ao povo de Deus ali
presente seu louvor à Mãe Virginal: “O
clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!”
Tão profunda foi a
impressão que este enlevo de piedade produziu, que a frase ecoou por toda a
Cristandade. E a partir de então a Igreja adotou estas belas palavras que
encerram, até hoje, a Salve Regina: “O
clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria”.
Estava reservado a esse
grande santo, entusiasta da clemência de Maria, nos ensinar aquilo que ainda
podemos dizer à Santíssima Virgem quando nada mais temos a Lhe suplicar.
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