18 de jul. de 2019

São Bernardo e a Salve Rainha

Quando nada mais tivermos a suplicar
a Nossa Senhora, ainda digamos:

Ó clemente, ó piedosa,
ó doce sempre Virgem Maria!

São Bernardo ajoelhado, dirigiu a Nossa Senhora um louvor
 que ecoou por toda a Cristandade.
Imagem de Nossa Senhora na Catedral de Speyer
Glorioso encomiasta da Santíssima Virgem, São Bernardo não podia pensar na clemência de Nossa Senhora sem experimentar um sentimento que, muitas vezes, chegava até ao êxtase.

Foi assim que, na noite de Natal de 1146, encontrando-se ele na Catedral de Speyer, Alemanha, onde pregaria durante a Missa do Galo, ouviu a multidão ali presente cantar, com profunda piedade, a Salve Regina. Ao fim das palavras: “et Jesum benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende”, emudeceram-se todas as vozes, pois assim terminava então aquela
incomparável prece.

São Bernardo,
Abade e Doutor da Igreja (1090-1153)
Emocionado, ajoelhou-se São Bernardo diante do altar-mor, recolhendo-se por alguns momentos antes do sermão que pronunciará. Nunca o havia tocado tanto a Salve Regina quanto naquela noite! “Eia ergo, advocata nostra” ... Este brado de confiança era tão penetrante, íntimo e irresistível, que pedia uma resposta de clemência, suavidade e doçura.

Ainda ressoam no sagrado recinto as últimas sílabas daquele clamor à Rainha do Céu. E Nossa Senhora põe a resposta nos lábios de seu discípulo predileto, Bernardo de Claraval.

Catedral de Speyer, Alemanha
Voltado para os fieis, de pé e com os braços abertos, São Bernardo eleva sua potente voz que domina toda a assistência. Num terno e insuperável verso, anuncia ele ao povo de Deus ali presente seu louvor à Mãe Virginal: “O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!”

Tão profunda foi a impressão que este enlevo de piedade produziu, que a frase ecoou por toda a Cristandade. E a partir de então a Igreja adotou estas belas palavras que encerram, até hoje, a Salve Regina: “O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria”.


Estava reservado a esse grande santo, entusiasta da clemência de Maria, nos ensinar aquilo que ainda podemos dizer à Santíssima Virgem quando nada mais temos a Lhe suplicar.


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