Nossa Senhora disse às três crianças: " ...
Continuem a recitar o Rosário todos os dias em honra de Nossa Senhora do
Rosário, para obter a paz no mundo e o fim da guerra..."
Conheça mais sobre a devoção e as graças que
recebem aqueles que praticam a reza do terço, bem como a história da última
aparição de Nossa Senhora em Fátima.
Por especial
desígnio da infinita misericórdia de Deus, Maria Santíssima revelou ao grande
São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, um meio fácil e
seguro de salvação: o santo Rosário.
Sempre que os
homens o utilizam, tudo floresce na Igreja, na terra passa a reinar a paz, as
famílias vivem em concórdia e os corações são abrasados de amor a Deus e ao
próximo. Quando dele se esquecem, as desgraças se multiplicam, implanta-se a
discórdia nos lares, o caos se estabelece no mundo...
São Domingos viveu numa época de grandes tribulações
para a Igreja.
A terrível heresia dos albigenses se espalhara no
sul da França e ameaçava toda a Europa. A profunda corrupção moral dela
decorrente abalava os fundamentos da própria sociedade temporal.
Por meio de ardorosas pregações, durante anos
tentou ele reconduzir ao seio da Igreja aqueles infelizes que se tinham
desviado da verdade. Mas suas eloqüentes e inflamadas palavras não conseguiam
penetrar aqueles corações empedernidos e entregues aos vícios.
O Santo intensificou suas orações...
Aumentou suas penitências... Fundou um instituto
religioso para acolher os convertidos... De pouco ou nada adiantaram seus
esforços. As conversões eram poucas e de efêmera duração.
O que fazer? Certo dia, decidido a arrancar de Deus
graças superabundantes para mover à conversão aquelas almas, Frei Domingos
entrou numa floresta perto de Toulouse e entregou-se à oração e à penitência,
disposto a não sair dali sem obter do Céu uma resposta favorável.
Após três dias e três noites de incessantes
súplicas, quando as forças físicas já quase o abandonavam, apareceu- lhe a
Virgem Maria, dizendo com inefável suavidade: - Meu querido Domingos, sabes de
que meio se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo? - Senhora,
sabeis melhor do que eu, porque, depois de vosso Filho Jesus Cristo, fostes Vós
o principal instrumento de nossa salvação.
- Eu te digo, então, que o instrumento mais
importante foi a Saudação Angélica, a Ave-Maria, que é o fundamento do Novo
Testamento. E, portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos,
reza meu Rosário.
Raios e trovões
para reforçar a pregação
Com novo ânimo, o zeloso Dominicano dirigiu-se
imediatamente à Catedral de Toulouse, para fazer uma pregação. Mal ele transpôs
a porta do templo, os sinos começaram a repicar, por obra dos anjos, para
reunir os habitantes da cidade.
Assim que ele começou a falar, nuvens espessas
cobriram o céu e desabou uma terrível tempestade, com raios e trovões, agravada
por um apavorante tremor de terra.
O pavor dos assistentes aumentou quando uma imagem
de Nossa Senhora, situada em local bem visível, levantou os braços três vezes
para pedir a Deus vingança contra eles, se não se convertessem e pedissem a
proteção de sua Santíssima Mãe.
O santo Pregador implorou a misericórdia de Deus, e
a tempestade cessou, permitindo-lhe falar com toda calma sobre as maravilhas do
Rosário.
Os habitantes de Toulouse arrependeram- se de seus
pecados, abandonaram o erro, e começaram a rezar o Rosário. Em conseqüência,
grande foi a mudança dos costumes nessa cidade.
A partir de então, São Domingos, em seus sermões,
passou a pregar a devoção ao Rosário, convidando seus ouvintes a rezá-lo com
fervor todos os dias. Assim, obteve que a misericórdia de Nossa Senhora
envolvesse as almas e as transformasse profundamente.
Maria foi a verdadeira vencedora dos erros dos
albigenses.
Um sermão escrito
pela Santíssima Virgem
Relata o Beato Alano uma aparição de São Domingos,
na qual este lhe narrou o seguinte episódio: Rezando o Rosário, estava ele
preparandose para fazer na Catedral de Notre Dame de Paris um sermão sobre São
João Evangelista. Apareceu-lhe então Nossa Senhora e lhe entregou um
pergaminho, dizendo: "Domingos, por melhor que seja o sermão que decidiste
pregar, trago aqui outro melhor".
Muito contente, leu o pergaminho, agradeceu de todo
coração a Maria e se dirigiu ao púlpito para começar a pregação. Diante dele estavam
os professores e alunos da Universidade de Paris, além de grande número de
pessoas de importância.
Sobre o Apóstolo São João, apenas afirmou o quanto
este merecera ter sido escolhido para guardião da Rainha do Céu. Em seguida,
acrescentou: "Senhores e mestres ilustres, estais acostumados a ouvir
sermões elegantes e sábios, porém, eu não quero dirigir-vos as doutas palavras
da sabedoria humana, mas mostrar-vos o Espírito de Deus e sua virtude".
E então São Domingos passou a explicar a Ave-Maria,
como lhe tinha ensinado Nossa Senhora, comovendo assim, profundamente, aquele
auditório de homens cultos.
O Beato Alano de la
Roche
As próprias graças e milagres concedidos por Deus
através da recitação do Rosário encarregaram-se de propagá- lo por toda parte,
tornando-se esta a devoção mais querida dos fiéis cristãos. Enquanto ela foi
praticada, a piedade florescia nas Ordens religiosas e no mundo católico.
Mas, cem anos depois de ter sido divulgada por São
Domingos, já ela havia caído quase no esquecimento. Como conseqüência,
multiplicaram-se os males sobre a Cristandade: a peste negra devastou a Europa,
dizimando um terço da população, surgiram novas heresias, a Guerra dos Cem Anos
espalhou desordens por toda parte, e o Grande Cisma do Ocidente dividiu a
Igreja durante longo período.
Para atalhar o mal e, sobretudo, preparar a Igreja
para enfrentar os embates futuros, suscitou Deus o Beato Alano de la Roche, da
Ordem Dominicana, com a missão de restaurar o antigo fervor pelo Rosário.
Um dia em que ele celebrava Missa, em 1460,
perguntou-lhe Nosso Senhor: "Por que me crucificas tu de novo? E me
crucificas, não só por teus pecados, mas ainda porque sabes quanto é necessário
pregar o Rosário e assim desviar muitas almas do pecado. Se não o fazes, és
culpado dos pecados que elas cometem".
A partir de então, o Beato Alano tornou-se um
incansável divulgador desta devoção, e assim converteu grande número de almas.
Fator decisivo de
grandes vitórias
Foi, sobretudo, nos momentos de grandes perigos e
provações para a Igreja, que o Rosário teve um papel decisivo, propiciou a
perseverança dos católicos na Fé e levantou uma barreira contra o mal.
Ao ver a Europa ameaçada pelos exércitos do império
otomano, que avançavam por mar e por terra, devastando tudo e perseguindo os
cristãos, o Papa São Pio V mandou rezar o Rosário em toda a Cristandade,
implorando a proteção de Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, com o auxílio da
Espanha e de Veneza, reuniu uma esquadra no Mar Mediterrâneo para defender os
países católicos.
A sete de outubro de 1571, a frota católica
encontrou a poderosa esquadra otomana no golfo de Lepanto. E apesar da
superioridade numérica do adversário, os cristãos saíram triunfantes, afastando
definitivamente o risco de uma invasão. Antes de travar-se o combate, todos os
soldados e marinheiros católicos rezaram o Rosário com grande devoção.
A vitória, que parecia quase impossível, deveu-se à
proteção da Virgem Santíssima, a qual - segundo testemunho dado pelos próprios
muçulmanos - apareceu durante a batalha, infundindo- lhes grande terror.
No século XVIII, para comemorar a vitória do
Príncipe Eugênio de Saboya sobre o exército otomano, devida também à eficácia
do Rosário, o Papa Clemente XI ordenou que a festa de Nossa Senhora do Rosário
fosse celebrada universalmente.
São Luís Grignion
de Montfort
A Igreja seria ainda sacudida por muitas
tempestades.Visando fortalecer seus filhos e prepará- los para suportar as
grandes provações futuras, suscitou Deus uma alma de fogo com a missão de
reacender a chama da devoção ao Rosário, o qual mais uma vez tinha caído no
esquecimento. São Luís Maria Grignion de Montfort, o grande doutor da devoção à
Mãe de Deus, exerceu sua missão profética um século antes da Revolução
Francesa. As regiões nas quais se deram ouvidos à sua pregação foram as que
melhor resistiram aos erros de sua época e conservaram íntegra a Fé.
Fátima, 1917:
"Sou a Senhora do Rosário"
Já no século XX, quando a Primeira Guerra Mundial
estava em seu auge, Nossa Senhora veio, Ela mesma, em pessoa, lembrar aos
homens que a solução para seus males estava ao alcance das mãos, nas contas do
Rosário: "Rezai o Terço todos os dias para alcançar a paz e o fim da
guerra", repetiu Ela maternalmente aos três pastorzinhos, em Fátima. Na
última aparição, em outubro de 1917, a Virgem Maria disse quem era: "Sou a
Senhora do Rosário". E para atestar a autenticidade das aparições e a
importância do Rosário, operou um milagre de grandeza nunca vista, presenciado
pela multidão de 70.000 pessoas que estavam no local: o sol girou no céu, ao
meio-dia, parecendo precipitar- se sobre a terra, retomando depois sua posição
habitual no firmamento.
Milagres dessa magnitude, só no Antigo Testamento
encontramos. Mas nem assim o mundo deu ouvidos à Mãe de Deus. E nunca se
abateram sobre a Terra tantas desgraças, nunca houve tantas guerras, nunca a
desagregação moral chegou tão baixo.
Entretanto, o meio de obter a paz para o mundo,
para as famílias, para os corações, continua ao alcance de nossas mãos, nas
contas benditas do Rosário, que Maria Santíssima trazia suspenso de seu braço
quando apareceu em Fátima.
Salvou-se porque
levava o Terço à cintura
Não é possível expressar quanto a Santíssima Virgem
estima o Rosário sobre todas as demais devoções, e como é generosa em
recompensar os que trabalham para divulgá-lo.
Conta São Luís de Montfort o caso de Afonso IX, Rei
de León, a quem Nossa Senhora protegeu particularmente, pelo simples fato de
portar o Rosário à cintura.
Desejando que os seus súditos honrassem a
Santíssima Virgem, e para animá-los com seu exemplo, ocorreu a esse monarca
portar ostensivamente um grande Rosário, ainda que não o rezasse. Isto bastou
para incentivar os seus cortesãos a rezá-lo devotamente.
Algum tempo depois, o rei ficou às portas da morte,
acometido por uma grave enfermidade. Foi então transportado em espírito ao
tribunal de Deus, onde os demônios o acusaram de todos os seus crimes. E quando
ia ser condenado às penas eternas, apresentou- se em sua defesa a Santíssima
Virgem diante de Jesus.
Num prato da balança, foram colocados os pecados do
Rei. No outro, a Virgem Maria colocou o grande Rosário que ele portara em honra
d'Ela, juntamente com os Rosários que, devido ao seu exemplo, haviam rezado
outras pessoas, e estes pesavam mais que todos os pecados por ele cometidos.
Depois, Maria Santíssima, olhando com misericórdia
para o Rei, disse: "Consegui de meu Filho, como recompensa pelo pequeno
serviço que Me fizeste, levando à cintura o Rosário, o prolongamento de tua
vida por mais uns anos. Emprega-os bem, e faz penitência".
Voltando a si, o rei exclamou: "Oh! Bendito
Rosário da Santíssima Virgem, por ele é que fui livre da condenação
eterna!" E, recuperando a saúde, passou a rezar o Rosário todos os dias
até o fim da vida.
A palavra do Papa,
porta-voz de Jesus
"O Rosário transporta-nos misticamente para
junto de Maria (...) para que Ela nos eduque e nos plasme até que Cristo esteja
formado em nós plenamente" - ensina o Papa João Paulo II. E acrescenta:
"Nunca, como no Rosário, o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos
tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo".
Recordemos suas inspiradas palavras na Carta
Apostólica "Rosarium Virginis Mariæ": "O Rosário acompanhou-me
nos momentos de alegria e nas provações.
A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei
sempre conforto. O Rosário é minha oração predileta. Oração maravilhosa!
"Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de
amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno,
porto seguro no naufrágio geral! "Não te deixaremos nunca mais!
"Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último ósculo da
vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há de ser o vosso nome
suave, ó Rainha do Rosário, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó
soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em toda parte, hoje e sempre, na
terra e no Céu. Amém."
Nunca deixe de rezá-lo!
Sim, acatando
fielmente essa exortação do Papa, nunca deixe de rezar o Rosário, sob pretexto
de ter muitas distrações involuntárias, falta de gosto em rezá-lo, muito
cansaço, insuficiência de tempo, ou qualquer outro. Para rezar bem o Rosário,
não é necessário sentir gosto, ter consolações, nem conseguir uma aplicação
contínua da imaginação. Bastam a fé pura e a boa intenção.
E veja quantos
benefícios nos proporciona a recitação do Rosário!
• Eleva-nos ao conhecimento perfeito de Jesus
Cristo.
• Purifica nossas almas do pecado.
• Faz-nos vitoriosos contra todos os nossos inimigos.
• Torna-nos fácil a prática das virtudes.
• Abrasa-nos no amor de Jesus Cristo.
• Enriquece-nos de graças e méritos.
• Fornece-nos os meios de pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens.
• Purifica nossas almas do pecado.
• Faz-nos vitoriosos contra todos os nossos inimigos.
• Torna-nos fácil a prática das virtudes.
• Abrasa-nos no amor de Jesus Cristo.
• Enriquece-nos de graças e méritos.
• Fornece-nos os meios de pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens.
A tudo isso,
acrescenta São Luís Maria Grignion de Montfort: - "Ainda que te encontres
à beira do abismo ou já com um pé no inferno ainda que estejas endurecido e
obstinado como um demônio, cedo ou tarde te converterás e salvarás, contanto
que rezes devotamente todos os dias o santo Rosário, para conhecer a verdade e
obter a contrição e o perdão de teus pecados".
(Revista Arautos do Evangelho, Out/2004, n. 34, p. 34 a 38)
(Revista Arautos do Evangelho, Out/2004, n. 34, p. 34 a 38)
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