11 de dez. de 2017

3 - O Ano Litúrgico: Domingo, Cerne do Ano Litúrgico

O Domingo
Núcleo do Ano Litúrgico

Materialmente, o Ano Litúrgico pode ser considerado como uma sucessão de 365 ou 366 dias, ou ainda, liturgicamente e em sentido lato, designa os 52 domingos, cada qual com sua semana e as festas ocorrentes. Ou seja, tem como célula-base o domingo, uma das principais realidades do cristianismo que remonta ao tempo dos Apóstolos.

Para os primeiros cristãos, sobretudo aqueles oriundos do judaísmo, o sábado era considerado o último dia da semana, especialmente dedicado ao culto. Entretanto em pouco tempo, o domingo prevaleceu como o dia destinado ao louvor. Não houve, portanto, uma mera substituição: ele é o cumprimento e plenitude do sábado, e este é sua prefigura e profecia preparatória.

Entre os israelitas o nosso domingo era definido como “o primeiro dia depois do sábado”, no sentido cristão, porém, recebe dupla compreensão, pois recorda a criação do mundo quando, “no primeiro dia”, Deus criou a luz e assume maior significado quando consideramos que a nova criação teve início no primeiro dia da semana, quando o Senhor do Universo venceu a morte pela sua ressurreição. É o “dia do Senhor” (dies dominica), formulação empregada pela primeira vez no Apocalipse de São João. Rapidamente o adjetivo (dominica) converte-se em substantivo e passa a denominar com toda a propriedade o dia dedicado, de modo especial, ao louvor e à ação de graças a Deus.

O Domingo é o dia dedicado, especialmente, ao louvor e à ação de graças a Deus
Gravura da Ressurreição do Senhor - Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras SP
O domingo é fundamento e núcleo, mas de modo algum encerra todas as riquezas do Ano Litúrgico. Ele irradia a luz pela qual os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e a fundação de Seu Corpo Místico fazem sentido: esse brilho é a Páscoa do Senhor. Contudo, ao longo dos séculos, a Santa Igreja foi estruturando e acrescentando outras festividades. Assim, durante o Ano Litúrgico, com uma série de solenidades, a Igreja honra a Santíssima Trindade, celebra a obra da Redenção, obsequia a Virgem e os Santos, roga e faz rogar pelos fieis defuntos. Não há dia que não teve o signo da santidade: a Igreja imprime ao fugaz do tempo o selo espiritual e eterno.


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