As solenidades do
Tempo do Natal
Deus tornou-se Homem,
para que os homens se tornassem divinos.
Depois da Páscoa, a mais
venerável e solene das festas da Igreja é o Natal do Senhor. O Tempo do Natal é
comemorado com gáudio (cor branca), pois a geração de Cristo é a origem do povo
cristão: “o natal da Cabeça é também o natal do Corpo” (São Leão Magno).
Origem
Santo Agostinho explica a
data da celebração do Natal do Senhor da seguinte forma: sendo a concepção do
Redentor consumada no dia 25 de março, seu nascimento só poderia ter ocorrido
nove meses depois, quando a gestação no claustro puríssimo de Maria estivesse
completa, ou seja, no dia 25 de dezembro. Tendo em conta que o Natal do Senhor
coincida com a festa pagã do Sol invicto
dos romanos (solstício do inverno em que o sol começa a vencer as trevas no
hemisfério norte), os cristãos assumiram-na dando-lhe, entretanto, seu
verdadeiro sentido: celebrar o nascimento do autêntico Vencedor, o Sol de
Justiça. Existem indicações claras a respeito da fixação desta data, tanto no
Oriente quanto no Ocidente, que remontam ao século IV.
Duração
O Tempo do Natal estende-se
desde as primeiras Vésperas da Solenidade
do Natal do Senhor até a Solenidade
do Batismo do Senhor (domingo após a Epifania).
Os oito dias que sucedem
ao Natal são celebrados como se fossem um único dia: é a Oitava de Natal.
No domingo depois do Natal
celebra-se a festa da Sagrada Família. A oitava natalina encerra-se com a Solenidade de Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro). Assim, o Ano Novo inicia-se sob a
proteção da Santíssima Virgem, que deu ao mundo o Salvador. Neste dia, em que
foi posto ao Divino Menino o Santíssimo
Nome de Jesus, Nossa Senhora é proclamada pela Liturgia como “Mãe de Cristo
e Mãe da Igreja”, Aquela que tem “ao mesmo tempo o gozo da maternidade e a
glória da virgindade”.
A Solenidade da Epifania do Senhor, celebrada no dia 6 de janeiro por
costume igualmente antigo, comemora a manifestação do Salvador aos gentios,
começando com a adoração dos Magos vindos do Oriente (Mt 2,1).
Santo Estêvão, o Protomártir, mártir de fato e de desejo. |
Simbolismo
Na oitava de Natal estão
incluídas importantes festas: Santo Estêvão, o Protomártir (26 de dezembro);
São João, Apóstolo e Evangelista (27 de dezembro) e os Santos Inocentes (28 de
dezembro). A esse respeito, explica São Bernardo que Nosso Senhor Menino quis
ser circundado de mártires, pois São João é mártir de desejo, os Santos
Inocentes são mártires de fato e Santo Estêvão é mártir de fato e desejo.
No dia do nascimento do
Senhor, segundo a antiga tradição romana, os sacerdotes podem celebrar três
missas. Estas comemoram a adoração do Senhor em círculos concêntricos: pela
Santíssima Virgem, São José e os Anjos, na intimidade da Sagrada Família (Missa
da Noite); pelos pastores, como as primícias de Israel (Missa da Aurora); e por
todos o homens que O quiserem receber (Missa do Dia).
Deus tornou-se Homem,
ensina Santo Agostinho, para que os homens se tornassem divinos.
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