23 de jan. de 2019

Curso de Consagração a Nossa Senhora


Tuus totus ego sum,
 et omnia mea tua sunt
Sou todo vosso e tudo o que tenho vos pertence,
ó meu amável Jesus, por Maria, vossa Mãe Santíssima.

Iniciado nesta terça-feira, 22, mais um Curso de Consagração a Nossa Senhora promovido pelos Arautos do Evangelho de Fortaleza. Serão em torno de oito encontros até o dia 25 de março, quando se realizará a cerimônia de Consagração com Missa solene na Sede desta comunidade.

Ir. Geraldo Cúrcio, EP, encarregado dos Arautos do Evangelho em Fortaleza,
apresenta aos participantes a doutrina mariana de São Luís Grignion de Montfort.

As reuniões terão como base o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Montfort, um livro destinado a propagar a devoção a Nossa Senhora, para que venha o reino de Cristo.“Trata-se de uma obra de larga visão e de alcance histórico muito amplo, fixando-se no desejo de trazer o reino de Cristo para um mundo que não o possui, fazendo-o preceder, em certo sentido, pelo reinado de Maria Santíssima”, comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, mestre do Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias, EP.




Neste primeiro encontro foram abordados alguns aspectos da vida do santo missionário francês, bem como os primeiros tópicos da introdução de sua obra profética, os quais, resumidamente, estão comentados a seguir pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.


Maria Santíssima,
maior e mais formosa que as estrelas do céu!
Há nEla belezas, há culminâncias, há encantos, há perfeições, há excelências que escapam e sempre escaparão completamente ao nosso olhar, 
e que são somente por Deus contempladas.

"Existe sim, um céu no Céu: É Maria Santíssima! 
E Ela é mais bela que o próprio Céu!"
Plinio Corrêa de Oliveira


___________________________________________________

Finalidade do Tratado da Verdadeira Devoção
____________________________________________________


Encontramos no tópico 13 do "Tratado" o fundo do pensamento contido na sua introdução: 

"Meu coração ditou tudo o que acabo de escrever com especial alegria, para demonstrar que Maria Santíssima tem sido até aqui desconhecida, e que é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser". 
Eis a razão de ser da introdução e de todo o livro: Maria Santíssima é desconhecida; Maria Santíssima deve ser conhecida; e, sendo conhecida, virá o reino de Cristo. O livro destina-se, pois, a propagar a devoção a Nossa Senhora, para que venha o reino de Cristo.


Devoção a Nossa Senhora
e preparação do reino de Cristo


Este objetivo de São Luís Grignion presta-se desde logo a um comentário. O santo profeta propõe-se a preparar o futuro reino de Cristo fazendo o que lhe parece ser o mais essencial, o mais importante, o mais urgente, o que, na ordem concreta dos fatos, produzirá quase que automaticamente o resto: espalhar a perfeita devoção a Maria. 

A grande lição que São Luís Maria Grignion de Montfort fixa já no início do "Tratado", e desenvolve mais longamente depois, é a de que na formação do caráter é condição básica e indispensável a devoção a Nossa Senhora.

Tão profunda era a sua humildade, que para Ela o atrativo mais poderoso,
mais constante, era esconder-se de si mesma e de toda a criatura, para ser conhecida somente de Deus.

Assim, pois, na introdução estão ditas muitas coisas que devem causar surpresa aos leitores. Vejamos se em nós elas causam alguma surpresa. Servirá de teste para ver se conhecemos, nós também, a Nossa Senhora. 

Tópico 1: "Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio d'Ela que Ele deve reinar no mundo".  Esta verdade, nós não a encontramos no comum dos autores hoje em voga. E, sobretudo não a encontramos afirmada com esta incisão, com esta clareza, com esta perfeição. Ela é conhecida pela maioria dos fiéis, é certo, mas de modo difuso, vago e inconsistente. É raríssimo que a encontremos explicitada com esta clareza lapidar, com esta riqueza de sentido condensada em poucas palavras. Em São Luís Grignion esta verdade é um ensinamento preciso e básico, que ele ainda desenvolverá ao longo da obra. 

Tópico 2: "Toda a sua vida Maria permaneceu oculta; por isso o Espírito Santo e a Igreja a chamam "Alma Mater" - Mãe escondida e secreta. Tão profunda era a sua humildade, que para Ela o atrativo mais poderoso, mais constante, era esconder-se de si mesma e de toda criatura, para ser conhecida somente de Deus". Esta verdade é geralmente mais conhecida. 

Tópico 3: "Para atender aos pedidos que Ela Lhe fez de escondê-La, empobrecê-La, Deus providenciou para que oculta Ela permanecesse em Seu nascimento, em Sua vida, em Seus mistérios, em Sua ressurreição e assunção, passando despercebida aos olhos de quase toda criatura humana. Seus próprios parentes não A conheciam; e os Anjos perguntavam muitas vezes uns aos outros: `Quæ est ista? '... - Quem é Esta? (Cânt. 3, 6; 8, 5), pois que o Altíssimo lhas escondia; ou, se algo lhes desvendava a respeito, muito mais, infinitamente, lhes ocultava". Não é também uma verdade nova para muita gente. Sabemos que, devido a uma prece de Nossa Senhora, os Santos Evangelhos quase não se referem a Ela; e que, por sua vez, a Teologia teve que fazer um admirável trabalho de dedução das verdades contidas na Escritura, para formar através dos séculos a Mariologia. 

O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem destina-se a propagar a devoção a Nossa Senhora, para que venha o reino de Cristo.

Tópico 4: "Deus Pai consentiu que jamais, em Sua vida, Ela fizesse algum milagre, pelo menos um milagre visível e retumbante, conquanto lhe tivesse outorgado o poder de fazê-los. Deus Filho consentiu que Ela não falasse, se bem que lhe houvesse comunicado a sabedoria divina. Deus Espírito Santo consentiu que os apóstolos e evangelistas a Ela mal se referissem, e apenas no que fosse necessário para manifestar Jesus Cristo. E, no entanto, Ela era a Esposa do Espírito Santo". É de se notar que o Espírito Santo, ao ditar os Livros Sagrados, calou-se sobre Ela, tal a força da prece que Nossa Senhora dirigira a Deus, para permanecer oculta. 

Até aqui a doutrina não é nova, por referir-se à humildade de Nossa Senhora. Ao tratar a seguir da Sua grandeza, contudo, veremos que Ela é muito menos conhecida. Deve-se isto a uma espécie de complexo que há em acentuar sempre o aspecto humilde e pobre, mostrando apenas a sombra e a penumbra em que Ela quis se ocultar, sem mostrar aquilo que constitui o contraforte luminoso e muito legítimo de seu ser. 


Continua em um próximo post.


Nenhum comentário:

Postar um comentário