Curso de Consagração a Nossa Senhora - Aula 5
O que somos em relação a Deus:
O que somos em relação a Deus:
escravos ou locatários de serviços?
São Luís estabelece em seu Tratado que devemos
servir
a Nosso Senhor Jesus Cristo não somente
como servidores assalariados, mas como
escravos de amor.
A corrente simboliza a escravidão de amor dedicada a Nossa Senhora. São Luís nos convida a imitá-La consagrando-nos como "escravos de amor a Jesus, pelas mãos de Maria". |
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira acrescenta comentários que enriquecem o verdadeiro sentido da escravidão a Maria Santíssima que São Luís Grignion expõe, a partir do tópico 69, do Tratado da Verdadeira Devoção.
“São Luís Grignion mostra
inicialmente as diferenças entre o
escravo e o servidor. "Servidor", em sua linguagem, é o
empregado, locatário de serviços, no sentido atual destes dois vocábulos.
Trata-se, pois de estabelecer a diferença entre um "escravo" e um
"empregado", no sentido hodierno da palavra.
As três principais
diferenças, postas em foco por ele, são:
a) a escravidão se caracteriza, antes de
tudo, por ser perpétua. A locação
de serviços, ao contrário, é temporária.
Ela pode ser por tempo fixo ou indeterminado. De um modo ou de outro, em dado
momento, qualquer das partes poderá rescindir a locação.
b) A escravidão é incondicional,
total, domina completamente o homem. O direito do senhor sobre o escravo
é um direito completo, chegando até, nos países pagãos, a incluir o direito de
vida e de morte. Os direitos do patrão sobre o empregado são circunscritos:
um colono, por exemplo, não pode ser obrigado abruptamente a trabalhar fora das
horas de serviço. Seu contrato de trabalho é bem definido.
c) A última diferença já
está compreendida na incondicionalidade, mas convém destacá-la: trata-se da gratuidade. O trabalho escravo é naturalmente gratuito. O senhor é proprietário dos escravos, e portanto de seu
trabalho. Qualquer que seja o valor desse trabalho, o senhor só deve ao escravo
teto e alimento. A locação de serviços,
pelo contrário, é sempre remunerada.
E o empregado é livre de recusar o emprego, desde que o salário não lhe
convenha.
Feitas estas distinções, São
Luís Grignion pergunta o que somos em relação a Deus: escravos ou locatários de
serviços? E prova que, no sentido de que o domínio de Deus sobre nós é
perpétuo, pleno e gratuito, somos escravos. Deus tem de fato sobre nós um tal
domínio, que se nos ordenar qualquer coisa, devemos executá-la por mero amor,
de tal maneira que o faríamos, ainda que não recebêssemos d'Ele o Céu como
recompensa.”
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