Curso de Consagração a Nossa Senhora - Aula 2
Maria Santíssima fez na Terra
o papel que
São Miguel Arcanjo fez no Céu
Plinio Corrêa de Oliveira, mestre do
fundador
dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá
Dias, EP,
comenta as maravilhas da oração que Nossa
Senhora fez
ao Pai Eterno pedindo a vinda do
Messias.
Na última terça-feira, dia
29 de janeiro, realizou-se a segunda aula do Curso de Consagração a Nossa
Senhora na sede dos Arautos em Fortaleza. Entre alguns tópicos abordados,
selecionamos o tópico de número 16, do
capítulo 1, que trata da Necessidade da devoção à Santíssima Virgem, com o
respectivo comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Pela força das orações e sublimidade das virtudes de Maria Santíssima, Deus Pai deu ao mundo seu Unigênito. |
CAPÍTULO 1 – Necessidade da devoção à Santíssima Virgem
ARTIGO I – PRIMEIRO PRINCÍPIO
Deus quis servir-se de Maria na Encarnação
16.
Deus Pai só deu ao mundo seu Unigênito por Maria. Suspiraram os patriarcas, e
pedidos insistentes fizeram os profetas e os santos da lei antiga, mas só Maria
o mereceu, e alcançou graça diante de Deus, pela força de suas orações e pela
sublimidade de suas virtudes. Por que o mundo era indigno, diz Santo Agostinho,
de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, Ele o deu a Maria a fim
de que o mundo o recebesse por meio dela.
Comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
"Podemos tirar aplicações
para nossa vida espiritual, tanto do fato de a oração de Nossa Senhora ter
apressado a vinda do Messias, quanto de ter Ela recebido do Padre Eterno sua
fecundidade.
Considerando Nossa Senhora
capaz de, com a sua prece, apressar a vinda do Messias, que aplicações podemos
tirar?
Devemos primeiramente considerar
a Santíssima Virgem no seu zelo pela causa de Deus. Na oração que fazia, Ela
certamente considerara - isto é de Fé - a situação, que atingira um ápice de
miséria moral, em que tinha caído o povo eleito. Nessa oração, portanto, Ela
desejava ardentemente que Israel fosse reerguido à sua antiga condição.
Considerava ainda a decadência da Humanidade, sabendo melhor que ninguém
quantas almas estavam se perdendo naquela era pagã, e vendo a glória de Satanás
a imperar sobre o mundo antigo.
Nossa Senhora do Apocalipse |
Maria Santíssima fez então
na Terra o papel de São Miguel Arcanjo no Céu. Sua oração, pedindo que Deus
viesse à Terra, equivale ao "Quis ut Deus? " do Arcanjo. É Ela que se
levanta contra esse estado de coisas, é
só Ela que tem a oração bastante poderosa para desferir um golpe que tudo
transforma.
Então, a plenitude dos
tempos que se encerram: Nosso Senhor Jesus Cristo nasce, e toda a humanidade é
reconstruída, regenerada, elevada e santificada por Nossa Senhora. As almas
começam a se salvar em profusão, as portas do Céu abrem-se, o inferno é
esmagado, a morte é destruída, a Igreja Católica floresce sobre toda a face da
Terra. Tudo como produto da oração de
Nossa Senhora.
Não é verdade que Nossa
Senhora, também sob este aspecto, se apresenta a nós como um verdadeiro modelo?
Não devemos desejar em nossos dias a vitória de Nosso Senhor, como Maria
Santíssima a desejou em sua época? Não há uma analogia absoluta entre o ardor
com que Ela desejou a instauração do reino de Cristo na Terra e o ardor com que
o devemos desejar em nossos dias? Não é verdade que, se a oração d'Ela foi
necessária para a realização da Encarnação, é indispensável também para que
consigamos em nossos dias a vitória de Jesus Cristo no mundo? Quando nos
esfalfamos na luta pela vitória de Jesus Cristo em nossos dias, lembramo-nos de
rezar a Nossa Senhora? Quando rezamos a Ela, lembramo-nos de pedir esta graça?
Não seria uma boa oração
se, por exemplo, ao contemplarmos o mistério da Anunciação na primeira dezena
do terço, tivéssemos em mente Nossa Senhora que pede a vinda do Salvador? E
muito apropriado seria pedirmos a Ela que Jesus Cristo novamente triunfe no
mundo, e ainda contemplarmos a vinda do Salvador e a futura vitória da Igreja
Católica. Não temos aí uma boa aplicação desses Mistérios para a vida espiritual?
Não é assim que ela deve ser vista, vivida e conduzida? Isto não é muito mais
sólido que um arrastado murmúrio piedoso? É
com essas verdades de Fé que se alimenta a piedade. Com verdades destas há
nutrimento em quantidade para a vida espiritual.
Anunciação do Anjo Gabriel a Maria e a Encarnação do Verbo |
Contemplemos Nossa Senhora
apressando, com Sua oração, a vinda do Messias. Não é verdade que Nosso Senhor
vem a nós também no momento da Comunhão? Não é verdade que podemos e devemos
pedir a Ela, quando nos preparamos para recebê-Lo, algo dos sentimentos com que
Ela O recebeu quando Ele se encarnou?
Se desejamos conseguir
para alguém a graça da comunhão diária, não será útil pedir a Nossa Senhora que
consiga para aquela alma a vinda quotidiana de Nosso Senhor, lembrando-A da
eficácia da prece com que obteve a vinda de Jesus Cristo para o mundo?"
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