28 de jun. de 2018

Gratidão de um padre ao Fundador dos Arautos


“A presença dos Arautos em nossa paróquia
suscitou no meu coração o desejo de ser um padre mais santo e fiel a Jesus e sua Igreja"
 Escreve cheio de gratidão o Pe. Diego Carvalho dos Santos ao Fundador dos Arautos, Monsenhor João Clá Dias, EP.

De Alfredo Chaves, no Espírito Santo, o Pe. Diego Carvalho dos Santos escreve a Mons. João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, dando comovido testemunho do que presenciou durante a Missão Mariana na Paróquia Nossa Senhora da Conceição.


Comovido, o Pe. Diego dos Santos escreveu a Monsenhor João Clá Dias, EP
  “Sem palavras para descrever o sentimento de alegria e emoção que invadiu o coração do povo de Deus, que naquela noite de segunda-feira abriu as portas do coração e da cidade para acolher os Arautos do Evangelho e a Mãe de Deus. Mais de cento e cinquenta veículos seguiram em carreata da entrada da cidade até a praça da igreja matriz. A semana missionária foi um tempo de reavivar a chama do amor de Deus”.

A seguir acrescenta: “Os vossos filhos sacerdotes durante a semana celebraram com zelo e ardor as Santas Missas e atenderam centenas de Confissões, atenderam os enfermos com o Sacramento da Unção e deixaram um legado de amor para com a Santa Liturgia. Todas as noites a igreja matriz ficava superlotada para ouvir as palavras e os ensinamentos dos vossos filhos espirituais.


Os fiéis superlotavam a igreja para ouvir as palavras e ensinamentos dos discípulos espirituais do fundador dos Arautos do Evangelho
Quando achávamos que já tínhamos muitas emoções, fomos presenteados com a formação do Apostolado do Oratório, que hoje visita mais de duas mil famílias por mês, são oitenta capelas e mais de noventa coordenadores. Os Arautos do Evangelho plantaram inúmeras sementes em nossa paróquia: desejo de confessar–se, maior respeito pela Santa Missa, verdadeira devoção a Nossa Senhora”.


A passagem dos Arautos despertou no coração do Pe. Diego
o desejo de ser um padre mais santo e fiel ao chamado de Deus
E finaliza: “Obrigado, Monsenhor, e saiba que nas serras capixabas todos os dias centenas de famílias rezam o Santo Terço pelo senhor e por todos os Arautos do Evangelho. Conte com minhas orações e saiba que a passagem da Cavalaria e a presença constante dos Arautos em nossa paróquia suscitou no meu coração o desejo de ser um padre ainda mais santo e fiel a Jesus e sua Igreja”.

Pelos frutos, os conhecereis - 2


“Novos dizimistas e mais amor,
respeito e devoção pela Santíssima Virgem!”
Pe. Evandro Calvoso, da Paróquia São João Batista,
da cidade de Clementina (SP),
reconhece o trabalho dos Arautos do Evangelho.

A passagem dos Arautos pela Paróquia São João Batista
atraiu novos dizimistas para a Igreja
Pe. Evandro Magri Calvoso, ao centro, com sacerdotes Arautos
“Confesso-me admirador incondicional do trabalho importante dos Arautos do Evangelho”, escreve o Pe. Evandro Magri Calvoso, da Paróquia São João Batista, de Clementina (SP). E prossegue: “Os resultados da Missão Mariana foram deveras positivos: mais frequência e participação nas Missas, a busca dos Sacramentos, principalmente por parte de adultos que nem sequer foram batizados, novos dizimistas e mais amor, respeito e devoção pela Santíssima Virgem”.

Pelos frutos, os conhecereis - 1


“Conheci os Arautos, aprendi a admirá-los!”
É o relato do Pe. Cláudio Cândido, da Paróquia São Pedro,
da cidade de Presidente Epitácio (SP)

Quais são os efeitos das ações evangelizadoras dos Arautos do Evangelho? Quais são os frutos deste intenso labor missionário? Para responder a estas perguntas, nada melhor do recorrermos aos testemunhos dos párocos das comunidades que receberam a visita dos Arautos do Evangelho.

Impressionante o que narra Pe. Cláudio Cândido, da Paróquia São Pedro, de Presidente Epitácio (SP): “Desde que conheci os Arautos, aprendi a admirá-los pelo amor para com a Igreja e a disposição no serviço da evangelização. Os Arautos representam bem a diversidade da riqueza da Igreja, na sua multiforme forma de ser Igreja. Sempre os vi como grandes parceiros nesta obra de evangelização.

"Sempre os vi como grandes parceiros nesta obra de evangelização". 
Pe. Cláudio Cândido entre sacerdotes Arautos
e Coordenadores do Apostolado do Oratório
“Faz um ano e quatro meses que assumi esta paróquia. Encontrei-a em uma situação pastoral muito deficitária. Um êxodo paroquial que a deixou praticamente vazia. A missão dos Arautos veio ao encontro das reais necessidades do nosso povo: a visita nas casas com a imagem de Nossa Senhora foi o grande distintivo. Também de grande proveito pastoral foram as Confissões diárias e Celebrações Eucarísticas, nas quais a cada dia o número de fiéis participantes crescia sempre mais. Destaco aqui a criação do grupo dos Oratórios de Nossa Senhora de Fátima e a instituição da devoção dos Primeiros Sábados com a oração do Santo Terço na matriz, seguida da Santa Missa”.

27 de jun. de 2018

Arautos pelo Brasil - Vitória (ES)




Com fé, esperança e amor
Lançada a pedra fundamental da Igreja de São José,
em Cariacica (ES), na “Grande Vitória”

O ato se iniciou com Missa solene, celebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, SS.CC, concelebrada pelos padres Antônio Guerra, EP, Caio Newton Fonseca, EP, Carlos Antônio da Conceição, titular da Paróquia do Bom Jesus — onde se situa a casa dos Arautos do Evangelho em Vitória (ES) — e Pe. Cristian Bitencourt, EP.


A colocação da pedra fundamental seguiu o cerimonial, carregado de simbolismo: o próprio Arcebispo lançou as primeiras pás de terra, como a desejar que logo se iniciem as obras.


A solenidade e sacralidade do ato, a esperança que despertava fez com que inúmeras pessoas quisessem uma lembrança daqueles abençoados momentos. Por isso muitos levaram um pouquinho de terra do local, ou tocaram os folhetos da cerimônia na pedra fundamental.



26 de jun. de 2018

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro



Linda invocação de uma imagem bizantina
O perpétuo socorro é um auxílio,
um ato de clemência, de piedade, ininterrupto,
que nunca se detém nem se suspende.

Plinio Corrêa de Oliveira

Este quadro é de inspiração bizantina, e não se deve ver nele o gênero de beleza que apresentam as imagens ocidentais, como, por exemplo, Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora de Fátima, etc. Analisando-as, percebe-se que seus rostos são entalhados com requinte e esmero, como a face de uma boneca. Embora não seja esse o tipo de graciosidade refletida na fisionomia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, pintada há vários séculos, entretanto ela nos revela uma intensa expressão.

Difundida na Igreja pelos padres redentoristas, trata-se de uma linda invocação, pois indica a misericórdia invariável de Maria Santíssima. O perpétuo socorro é um auxílio, um ato de clemência, de piedade, ininterrupto, que nunca se detém nem se suspende. “Nunca” significa em nenhum minuto, em nenhum lugar, em nenhum caso. Por pior que seja a situação de quem recorra a Nossa Senhora, sendo a Mãe de misericórdia, Ela sempre o atende.

Tocante simbolismo

Analisemos agora o simbolismo. Nossa Senhora está revestida de uma túnica vermelha e um manto azul. Nos primeiros séculos do Cristianismo, a cor azul distinguia as virgens e a vermelha, as mães. De maneira que essa conjugação cromática nos apresenta Maria como a Virgem-Mãe. Trata-se de uma bela combinação, um simbolismo acertado e discreto que define Nossa Senhora.

A posição das mãos do Menino Jesus, envolvidas
suavemente por sua Mãe, representa um ato de
submissão a Maria Santíssima.
No meu entender, o simbolismo mais tocante está contido no gesto com que a Mãe segura as mãos do Menino Jesus, envolvendo-as suavemente, indicando como Ela governa seu Divino Filho. Tal atitude representava, nos tempos antigos, a homenagem e a obediência do inferior para com seu superior, e do poder deste sobre aquele, pois uma pessoa que segura as mãos de outra evidentemente a domina por inteiro. Então, para mostrar como a virgem pode tudo junto a Deus, através da oração, com muita naturalidade o artista representou o Menino Jesus prestando este ato de submissão à sua Mãe Santíssima. A posição d’Ele é tão natural e frequente entre as crianças que, sem conhecer esse simbolismo, não se diria que o pintor teve a intenção de exprimi-lo.



24 de jun. de 2018

Sofrimento que converte corações

O Coração Sapiencial é o coração
que quer, deseja e ama tudo de
acordo com a fé, a reta razão
e o bom senso.

Jesus e Maria:
um só Coração, uma só mentalidade
Quando estivermos sofrendo, lembremo-nos 
que o Coração regenerador de Jesus é a fonte de graças reservadas para as épocas difíceis e esplendorosas que se aproximam

O coração é símbolo da parte mais nobre do homem. Embora o sentimentalismo do século XIX nos tenha deixado dele uma ideia muito fragmentária – como se consistisse apenas em afeto e bondade –, ele representa a plenitude do dinamismo da vontade da pessoa, enquanto modelada por certo ideal, envolvendo também todas as outras forças de alma que se encontram à disposição da vontade para ser eficaz e atingir o seu fim.

Portanto, o coração simboliza uma parte meio volitiva da inteligência, e meio cogitativa da vontade, a sede da mentalidade do homem, onde se alojam os seus segredos mais íntimos. Meditar sobre o Sagrado Coração de Jesus é, pois, considerar a sagrada mentalidade, ou psicologia, de Nosso Senhor, num só todo formado por sua vontade divina e sua vontade humana.

O Imaculado Coração de Maria, por sua vez, é o puríssimo escrínio no qual encontramos o próprio Coração de Jesus. Ao coração da mãe correspondem especialmente a bondade, a generosidade e a indulgência, porque as boas mães são mais levadas a isso pelo seu modo de ser. Assim, o Coração Imaculado de Maria é a máxima representação de todo esse afeto e doçura maternos para conosco, num grau inimaginável, como ninguém teve! Mas seu Coração é sobretudo a Sede da Sabedoria, uma virtude atinente não só à inteligência, mas também à vontade. Então, o Coração Sapiencial é o coração que quer, que deseja e que ama tudo de acordo com a fé, a reta razão e o bom senso.

Nossa Senhora está espiritualmente
ao pé de todas as cruzes do mundo,
com sua intercessão e seus rogos.
Ao falar do “Sagrado Coração” de Jesus e Maria, em vez de “Sagrados Corações”, São João Eudes indica formarem ambos uma só mentalidade, pois a mentalidade enquanto tal é susceptível de união e fusão. Assim sendo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria não seriam realmente a devoção à Sagrada Mentalidade de Jesus e de Maria? E não seria esta devoção própria a produzir em nós uma mudança de mentalidade, mediante a troca de corações com Jesus e Maria, pela qual a mentalidade d’Eles penetre em nós e leve nossos corações a pulsarem em uníssono com o d’Eles?

Desta forma, podemos conceber o Reino de Maria como a era na qual Ela –Rainha dos corações e Rainha das mentalidades – atrairia a Si todas as mentalidades e sobre elas reinaria de modo a fundi-las numa só, que seria a mentalidade de Jesus e de Maria.

Esta transformação, contudo, se faz pelo sofrimento. Quando se pensa no Coração de Jesus perfurado por uma lança, recorda-se também o Imaculado Coração de Maria transpassado pelo gládio da dor: são Corações cheios de sofrimentos, por amor a nós. Assim, quando estivermos sofrendo, lembremo-nos que o Coração regenerador de Jesus é a fonte de graças reservadas para as épocas difíceis e esplendorosas que se aproximam, e que Nossa Senhora está espiritualmente ao pé de todas as cruzes do mundo, com sua intercessão e seus rogos.

(Revista Arautos do Evangelho, nº 198, junho de 2018, p.5.)

16 de jun. de 2018

Por que chora Maria Santíssima?

Lágrimas de Maria:
uma mensagem do Céu
“Homens e mulheres, prestai atenção, a mensagem de Fátima não está escondida! 
Pelo contrário, ela brilha mais do que nunca, 
pois houve no mundo quem assumisse a missão de encarná-la”.

Como permanecer indiferente ao contemplar as lágrimas da Mãe de Deus? Como estar com o coração frio diante do pranto da Rainha dos Anjos? Como resistir ao desejo de se aproximar de Maria Santíssima e, genuflexo, Lhe perguntar: “Senhora, por que chorais?”

Medo, tristeza, dor, indignação,
emoção, alegria... Quais destes
sentimentos podem estar na causa
do pranto de Maria?
Fato inédito na História: tantas imagens vertendo lágrimas nas casas de uma mesma instituição. E por tratar-se de representações da Virgem de Fátima, nossa atenção deve se redobrar, pois sem dúvida, neste fim de centenário, Ela nos traz algum sinal, algum aviso, alguma mensagem.

Provas científicas?

Antes de qualquer consideração, dispensamos da leitura deste artigo os espíritos céticos, positivistas e racionalistas, os quais desejariam encontrar aqui as provas científicas deste extraordinário fenômeno. Não, que não percam seu tempo, como nós não perderemos o nosso em provar não serem estas lacrimações produto de uma farsa. Tão aberrante nos é a hipótese de simular um milagre, que não nos ocuparemos em refutá-la.

Contemplar o sereno rosto de Nossa Senhora sulcado por doces lágrimas basta para infundir nos corações dos filhos a certeza de que a Mãe de Deus e dos homens nos traz algum recado. Com espírito filial, procuremos agora interpretar a mensagem de Maria.

Por que chora Maria Santíssima?

Comecemos por repetir a pergunta: por que chora Maria Santíssima?

Muitas razões podem levar alguém a chorar. Medo, tristeza, dor, indignação, emoção e alegria costumam ser as mais frequentes. Quais destes sentimentos podem estar na causa do pranto da Senhora de Fátima?

Superior em poder a todas as forças do universo, a Santíssima Virgem com certeza não chora de medo. Pois ainda que os potentados do mundo e dos infernos se conjugassem para combatê-La, uma só gota de suas lágrimas seria suficiente para vencer todas as armas e bombas da face da terra!

De tristeza, porém, Nossa Senhora bem pode chorar, pois há cem anos Ela revelou aos homens o caminho da felicidade, da tranquilidade e da paz, e não foi ouvida. Ah, se houvéssemos escutado as mensagens da Cova da Iria, como o mundo seria diferente!

"Meus filhos e minas filhas,
choremos juntos pela triste situação
deste mundo que meu Divino
Filho e Eu tanto amamos!"
Mas não haverá neste pranto da Mãe de Deus algo de semelhante à dor de Nosso Senhor Jesus Cristo diante da Cidade Santa? Maria Santíssima parece repetir à humanidade algo das palavras de seu Divino Filho, quando chorou sobre Jerusalém: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isto está escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras e te sitiarão, apertando-te de todos os lados. Porque não reconheceste o tempo em que foste visitada!” (cf. Lc 19, 41-44).

Para alguns poderia parecer absurda a hipótese de ser a indignação uma das causas das lágrimas da Rainha dos Anjos. Mas se pararmos para refletir um pouco, chegaremos à conclusão de ter Ela boas razões para Se encolerizar. Mencionemos apenas uma.
Nossa Senhora Se digna aparecer em Fátima e, transbordando de afeto e bondade, transmite uma mensagem a seus filhos. Pois bem, houve quem abafasse suas palavras e até quem transformasse sua mensagem em um segredo! Que mãe não se indignaria contra quem sabotasse seu intento de salvar um filho em perigo?! Imaginemos, pois, o sentimento da Mãe das mães ao ver seus filhos e filhas caminhando para a perdição devido ao silêncio e omissão daqueles que deveriam ter pregado ao mundo a sua mensagem de salvação!
Tudo isso, sem dúvida, faz Maria chorar. Mas a principal causa de suas lágrimas parece ser outra.

Maria chora de alegria!

Paremos um pouco e detenhamos nossa atenção em qualquer uma destas imagens milagrosas. Chegaremos, sem dificuldade, a uma conclusão: Maria chora de alegria!

Sim, de alegria! Pois apesar de todos os intentos dos infernos para ocultar seus avisos, a Senhora de Fátima atravessou vitoriosa um século, e hoje nos volta a falar, não mais com palavras que possam ser escondidas, mas pela eloquente linguagem das lágrimas, as quais não serão postas em segredo.

Tantos homens há que dedicam boa parte de suas vidas em descobrir o conhecido “Terceiro Segredo de Fátima”. Não condenamos tal empreendimento. Mas a nós cabe outra missão. Nós queremos proclamar em cima de todos os telhados, no alto de todas a torres, aos quatro ventos da terra: “Homens e mulheres, prestai atenção, a mensagem de Fátima não está escondida! Pelo contrário, ela brilha mais do que nunca, pois houve no mundo quem assumisse a missão de encarná-la, relembrando aos homens os avisos da Mãe de Deus e bradando a vitória de Maria!”

E com este pranto, Nossa Senhora parece nos sorrir, dizendo com afeto materno: “Meus filhos e minhas filhas, unamos nossas lágrimas! Choremos juntos pela triste situação deste mundo que meu Divino Filho e Eu tanto amamos! Lamentemos os inúmeros pecados constantemente cometidos contra o Bom Deus! Mas, sobretudo, tende confiança! E procurai ver em minhas lágrimas não o choro da derrota, mas a emoção e o júbilo de vos confirmar e repetir a minha promessa: ‘O mal pode parecer vencer sobre a terra e o bem aparentar já não ter forças. Não desanimeis! Confiai, confiai, confiai, pois em breve o meu Imaculado Coração triunfará!’” (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2018, n. 198, p. 18-19)




14 de jun. de 2018

Educando para o maravilhoso

Mons. João Clá Dias, EP

A inocência diante do maravilhoso
É indispensável alimentar a fé com as belezas da criação.
Tal sede de maravilhoso, tão viva no mundo dos inocentes,
deveria permanecer no horizonte dos adultos.

No trato com crianças não é difícil constatar o seu senso do maravilhoso. Quando o inocente está em formação e despontam os primeiros lampejos do uso da razão, ele se encanta com tudo quanto vê, acrescentando à realidade algo que ela, de si, não tem. Ou seja, imagina aspectos magníficos e grandiosos por detrás de aparências infantis. É isto que constitui a alegria da vida infantil.

Infelizmente, nos tempos hodiernos, que acumulam sobre si o fruto de vários séculos de decadência moral, procura-se arrancar às crianças, o mais cedo possível, o maravilhoso. E com esta perda vai-se embora também a inocência. Aos poucos os jovens são introduzidos num ambiente onde o hábito de admirar já não existe. Nas escolas e universidades, em geral, o que interessa é o concreto, o exato, a ciência, o número, a prova, o testemunho. Às vezes – o que é pior – até nos cursos de Religião se nota o empenho dos professores em dizer que nas Sagradas Escrituras muitos episódios não passam de lenda e fantasia, e não aconteceram como estão narrados. Tudo para dissuadir o aluno da ideia do milagre, da intervenção de Deus, do sobrenatural e da relação que há entre o homem, a ordem do universo e Deus.


Tal sede de maravilhoso, tão viva no mundo dos inocentes, deveria permanecer no horizonte dos adultos e, inclusive, crescer. É preciso continuar crendo na maravilha e alimentar a fé com a contemplação das belezas criadas por Deus, pois até um colibri tentando tirar o seu alimento de uma flor, com elegância e agilidade, nos remete a Deus, a seu poder e formosura.

(Revista Arautos do Evangelho No. 145, Agosto de 2014)

6 de jun. de 2018

O profetismo de Dr. Plinio

Dr. Plinio fazia previsões a partir de um
instinto profético, deitava os olhos nos
acontecimentos e os via como Deus os vê.
Profeta para os tempos futuros
Tal como o vinho que se requinta
nas obscuridades de uma adega,
é nas longas penumbras da espera
que a profecia encontra seu ápice.


Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, autor de O DOM DE SABEDORIA NA MENTE, VIDA E OBRA DE PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA apresenta no volume III, capítulo 1, desta obra, como o acerto das previsões de seu mestre eram fruto de uma assistência especial da graça. 

Numa linguagem simbólica, é oportuno salientar que o profeta, ao prever o rumo dos acontecimentos, nem sempre faz seus vaticínios para o dia seguinte. Ele é como alguém que ao olhar um extraordinário panorama montanhoso é capaz de descrever com detalhes os acidentes geográficos que estão à sua frente, porém não consegue precisar a distância exata em que cada um deles se encontra.

Era o que acontecia não raras vezes com Dr. Plinio. Sendo profeta, via situações vindouras como realizando-se logo, mas nem sempre era assim. Acaso isto desacreditaria sua missão? Pelo contrário, conforme ele explicava:

“Quem recebe a previsão com muita antecedência não colhe o benefício imediatamente. Colherá daí a muito tempo. Então surge uma objeção: por que prever? Não seria melhor só saber em cima da hora? Não, porque a pessoa, apesar de tudo, vai analisando os fatos, ponto por ponto, e compreende, quando estes se realizam, como e por que se deram. Sem falar de outro aspecto: o espírito prepara-se para o que virá. O maior fato da História, tão excelso que deixa todos os outros desclassificados, é o Advento do Messias e a Redenção do gênero humano. Já no Éden, Deus revelou algo a esse respeito. Os homens esperaram milênios até a vinda d’Ele. As previsões muito demoradas para se realizar são grandes dons de Deus.”

Em sentido oposto, os contemporâneos de Dr. Plinio, mesmo entre os seus mais próximos discípulos, julgavam suas profecias que demoravam em se cumprir como uma espécie de sonho ou imaginação, pois, apesar de constatar que, de fato, poderiam vir a dar-se num futuro mais ou menos longínquo, elas entravam em choque com a aprazível vida corriqueira que levavam em aparente ordem e normalidade.

Ao profeta são revelados
os mais altos mistérios de Deus
O profeta Daniel, por Aleijadinho -
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos,
Congonhas do Campo (MG)
Dr. Plinio via com muita antecedência e, em consequência, as objeções surgiam à medida que ele expunha a previsão. Conforme dito, poder-se-ia afirmar que ele não falava sobre o dia de amanhã, mas do que sucederia depois de amanhã, enquanto aqueles que o escutavam ainda permaneciam com a atenção no dia de anteontem. Para serem mais flexíveis à voz profética de Dr. Plinio, era preciso despertar de uma como que sonolência, pois era difícil, com uma mentalidade naturalista, abrir os olhos para a realidade do que ele prenunciava. Na verdade, bastava colocar-se no mirante do dom de sabedoria para admirar toda a pulcritude desse proceder da Providência com seu profeta, como ele exemplificaria em certa ocasião:

“É próprio a uma previsão ser tanto mais gloriosa quanto mais anteceda ao fato que virá. Então, diz-se que algo foi previsto com vinte anos de antecedência, com trinta anos de antecedência, quarenta... As pessoas não se dão conta de que isso equivale a uma longa espera. Por exemplo, para que um bom vinho chegue inteiramente a seu apogeu deve esperar muito tempo nas obscuridades de uma adega. Quando ele afinal está no ponto, sua glória é de ser velho, é de ter permanecido muito tempo no barril. O dono da casa abre o vinho e diz: ‘Esta é uma garrafa de vinho antigo, tem tanto tempo’. Quer dizer, aquele vinho ‘dormiu’ e foi se aprimorando com o correr do tempo, até o dia de glória em que ele é servido, e que inspira ao espírito humano nobres impressões. [...] Mas, para isso, é bom que ele espere muito tempo. Assim é o profeta e é o profetismo: nas penumbras de uma longa espera, o profeta encontra o seu próprio aprimoramento, e a profecia, seu alcandor. Quando chega a hora, estão no ponto”.

É o que se passou com ele. Se, por absurdo, algumas das previsões a que aludimos pudessem ser atribuídas a um acentuado tino para as questões políticas, não se poderia dizer o mesmo sobre determinadas situações que, já nos idos tempos do Legionário, ele viu e descreveu tal como agora estão se dando. Poder-se-ia tomar muitas dessas afirmações e revê-las uma a uma, a fim de o leitor comprovar quantos acontecimentos foram previstos com décadas de antecedência. Só isto, porém, resultaria um trabalho de volume provavelmente muito superior ao da presente obra. Quiçá num próximo empreendimento... Mas isto não dispensa o Autor de dar a conhecer, pelo menos algumas destas profecias de longa data.

Posteriormente, este blog publicará algumas destas profecias de Dr. Plinio.