11 de abr. de 2017

O Carisma dos Arautos do Evangelho

“Sede perfeitos,
como vosso Pai do Céu é perfeito”
Um novo carisma a serviço da Santa Igreja
concedido pelo Espírito Santo aos Arautos do Evangelho

Um novo carisma surge para a Igreja conforme promessa de Nosso Senhor:
"Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,20)
Arautos do Evangelho por ocasião da aprovação pontifícia - Praça de São Pedro - Vaticano
Carismas são dons gratuitos concedidos por Deus a um indivíduo em favor de outros em benefício da Igreja.

São Paulo ensina que “há diversidade de dons, mas um só Espírito” (1 Cor 12,4). Dom de sabedoria, de palavra de ciência, de realizar milagres, de discernimento dos espíritos, e tantos outros são concedidos pelo mesmo Deus.

Tais carismas que manifestam a presença atuante do Espírito Santo podem encontrar-se em qualquer fiel batizado com o objetivo de dar o poder e a graça de corresponder à própria vocação e ser útil à comunidade, a fim de que seja edificado o Corpo de Cristo.

São Paulo utiliza diversas vezes o termo “carisma” no plural fazendo menção a diferentes dons concedidos por Deus “que opera tudo em todos” (1 Cor 12,6) dentro de uma comunidade.

A seguir procurar-se-á explicitar a essência do carisma dos Arautos do
Evangelho concedido pelo Espírito Santo dentro do panorama católico atual para o serviço da Igreja.

A beleza e a perfeição do universo

No caso do carisma dos Arautos do Evangelho, parte ele de uma peculiar visão simbólica de Deus e da ordem do universo, incluindo desde os seres materiais até os espirituais, em que se discerne em tudo algum reflexo do Criador, ressaltados os aspectos da beleza.

Este carisma, concedido aos Arautos do Evangelho, revela-se tão autêntico
quanto eficaz ao se desabrochar em jovens vocacionados
Sacerdotes Arautos - Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras (SP)
E, como consequência, nos atos da vida, no seu modo de ser e agir, procuram os Arautos a perfeição através da pulcritude, ou seja, da beleza, para cumprir o mandamento de Nosso Senhor: “Sede perfeitos, como vosso Pai do Céu é perfeito” (Mt 5,48), refletindo do melhor modo a beleza que é Deus em seus pensamentos, suas orações, atitudes, trabalhos, apostolado e demais atividades levando ao mundo um admirável testemunho e exemplo de santidade.

A importância do esplendor da beleza divina na ordem da criação é fundamental para o homem, que mais facilmente chega até Deus.

Os fundamentos sobre os quais se ergue
o carisma dos Arautos do Evangelho

1 - Magnanimidade

Considerando que a beleza (pulchrum) atinge a plenitude quando ela encontra, abraça e oscula a grandeza, faz parte de tal carisma apresentar os aspectos afins a esta virtude, não só em Deus, mas em toda a obra da criação.

Para que o culto divino se revista de esplendor e pulcritude, é muito conveniente,
dispor na medida do possível de templos grandiosos, ornados com beleza.

Interior da Basílica Nossa Senhora do Rosário de Fátima - Cotia (SP)
A grandeza age sobre todas as virtudes tonificando as cores e acentuando as características delas. Segundo a linguagem teológica, a virtude correspondente ao que aqui se denomina grandeza, é a magnanimidade. Auxiliar da fortaleza, costuma ela ser designada também por nobreza de caráter.  Em outros termos, pode-se afirmar ser ela o oposto da mediocridade.

As obras de evangelização dos Arautos do Evangelho, dada a sua amplitude, exigem grandes empreendimentos e proporcionados meios de ação, pelo que seus membros têm de estar sempre na perspectiva de praticar esta virtude, não se deixando intimidar pela magnitude do trabalho a desenvolver, nem pelos recursos requeridos, mas, muito pelo contrário, enchendo-se de confiança no auxílio da graça.

2 - Senso de hierarquia

Esse arraigado amor à perfeição, que leva à magnanimidade, propicia também o fortalecimento do senso de hierarquia, de relevante papel no carisma dos Arautos.

A hierarquização harmônica observada na beleza do universo apresenta uma gradação perfeita dos seres criados, de que as almas têm necessidade, para assim, mais facilmente chegar a Deus.

Além de múltiplas e diversas, devem as criaturas também estar hierarquizadas, cada qual representando um grau de participação do Infinito Divino.

Vê-se assim o papel da multiplicidade, da diversidade e da hierarquia para Deus Se tornar conhecível ao homem nesta forma de contemplação do Criador nas criaturas, característica do carisma dos Arautos que ocupa todas as suas atividades, pensamento e modos de ser.

3- A procura do Absoluto

Tendo visto como, pela busca do pulchrum, tende-se à perfeição, com magnanimidade e senso de hierarquia compreende-se melhor essa contemplação das criaturas rumo ao que é mais elevado, que, por herança do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na instituição dos Arautos se designa por procura do Absoluto, e em linguagem escolástica chama-se desejo natural de Deus.

Por ter feito Deus todas as coisas com sabedoria, deixou sua divina marca nas inumeráveis obras de suas mãos. E, assim como pode o perito em arte reconhecer o autor de um quadro ou de uma composição musical pelo seu característico e inconfundível estilo, também um Arauto, sedento de Deus, encontrá-Lo-á ao contemplar a harmonia, a perfeição e a beleza do universo.

Há na criação, entretanto, uma obra por excelência que o Arauto, como todo fiel, deve considerar com um amor que toca quase na adoração: a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana. Nela se reflete de modo ainda mais perfeito a beleza infinita de Deus.

4 - Inocência batismal

Como elementos constitutivos do carisma dos Arautos, a magnanimidade, o senso de hierarquia e a procura do Absoluto desempenham importante papel na preservação ou restauração da inocência batismal nas almas, a qual dá uma visão dos aspectos maravilhosos e arquetipizados da vida por onde a pessoa goza de especial relacionamento com o sobrenatural. Eis um fundamental elemento desse carisma: buscar através de todos os meios a conservação ou restauração desse dom de Deus, a inocência batismal.

Tão importante é a inocência que o próprio Jesus a apresenta a seus discípulos como condição para a salvação: "Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus" (Mt 18,10)
Segundo a convicção dos Arautos do Evangelho, o relacionamento com Deus é precioso tesouro que a alma deveria conservar e aprimorar ao longo de toda a vida. Simbologia, aliás, da veste branca recebida no Batismo, que o fiel deve levar imaculada até a morte.

Para quem deseja trilhar essa via da procura do absoluto, tão amada pelos Arautos, após haver perdido a inocência primeva não bastará apenas fazer penitência para reparar os pecados cometidos. Para entrar no Reino dos Céus é preciso esforçar-se por restaurar a inocência perdida. E isso só se poderá obter por uma especial ação da graça, pela intercessão de Maria – a criatura inocente por excelência, a Imaculada.

Quem toma contato com os Arautos, mesmo superficialmente,
logo discerne no carisma a peculiar e acentuadíssima nota marial
Para ler o artigo completo sobre o carisma, espiritualidade e finalidade dos Arautos do Evangelho acesse o link abaixo:

http://lumenveritatis.org/ojs-2.4.4/index.php/lv/article/view/166/35


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