“Sede perfeitos,
como vosso Pai do Céu é perfeito”
Um novo carisma a serviço da Santa Igreja
concedido pelo Espírito Santo aos Arautos
do Evangelho
Carismas
são dons gratuitos concedidos por Deus a um indivíduo em favor de outros em
benefício da Igreja.
São
Paulo ensina que “há diversidade de dons, mas um só Espírito” (1 Cor 12,4). Dom
de sabedoria, de palavra de ciência, de realizar milagres, de discernimento dos
espíritos, e tantos outros são concedidos pelo mesmo Deus.
Tais
carismas que manifestam a presença atuante do Espírito Santo podem encontrar-se
em qualquer fiel batizado com o objetivo de dar o poder e a graça de
corresponder à própria vocação e ser útil à comunidade, a fim de que seja
edificado o Corpo de Cristo.
São
Paulo utiliza diversas vezes o termo “carisma” no plural fazendo menção a
diferentes dons concedidos por Deus “que opera tudo em todos” (1 Cor 12,6)
dentro de uma comunidade.
A
seguir procurar-se-á explicitar a essência do carisma dos Arautos do
Evangelho concedido pelo Espírito Santo dentro do panorama católico atual para o serviço da Igreja.
Evangelho concedido pelo Espírito Santo dentro do panorama católico atual para o serviço da Igreja.
A beleza e a perfeição do universo
No
caso do carisma dos Arautos do Evangelho, parte ele de uma peculiar visão
simbólica de Deus e da ordem do universo, incluindo desde os seres materiais
até os espirituais, em que se discerne em tudo algum reflexo do Criador,
ressaltados os aspectos da beleza.
Este carisma, concedido aos Arautos do Evangelho, revela-se tão autêntico quanto eficaz ao se desabrochar em jovens vocacionados Sacerdotes Arautos - Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras (SP) |
A
importância do esplendor da beleza divina na ordem da criação é fundamental
para o homem, que mais facilmente chega até Deus.
Os fundamentos sobre os quais se ergue
o carisma dos Arautos do Evangelho
1
- Magnanimidade
Considerando
que a beleza (pulchrum) atinge a plenitude quando ela encontra, abraça e oscula a
grandeza, faz parte de tal carisma apresentar os aspectos afins a esta virtude,
não só em Deus, mas em toda a obra da criação.
A
grandeza age sobre todas as virtudes tonificando as cores e acentuando as
características delas. Segundo a linguagem teológica, a virtude correspondente
ao que aqui se denomina grandeza, é a magnanimidade. Auxiliar da fortaleza, costuma
ela ser designada também por nobreza de caráter. Em outros termos, pode-se afirmar ser ela o
oposto da mediocridade.
As
obras de evangelização dos Arautos do Evangelho, dada a sua amplitude, exigem
grandes empreendimentos e proporcionados meios de ação, pelo que seus membros
têm de estar sempre na perspectiva de praticar esta virtude, não se deixando
intimidar pela magnitude do trabalho a desenvolver, nem pelos recursos
requeridos, mas, muito pelo contrário, enchendo-se de confiança no auxílio da graça.
2
- Senso de hierarquia
Esse
arraigado amor à perfeição, que leva à magnanimidade, propicia também o
fortalecimento do senso de hierarquia, de relevante papel no carisma dos
Arautos.
A
hierarquização harmônica observada na beleza do universo apresenta uma gradação
perfeita dos seres criados, de que as almas têm necessidade, para assim, mais
facilmente chegar a Deus.
Além
de múltiplas e diversas, devem as criaturas também estar hierarquizadas, cada
qual representando um grau de participação do Infinito Divino.
Vê-se
assim o papel da multiplicidade, da diversidade e da hierarquia para Deus Se
tornar conhecível ao homem nesta forma de contemplação do Criador nas
criaturas, característica do carisma dos Arautos que ocupa todas as suas
atividades, pensamento e modos de ser.
3-
A procura do Absoluto
Tendo
visto como, pela busca do pulchrum,
tende-se à perfeição, com magnanimidade e senso de hierarquia compreende-se
melhor essa contemplação das criaturas rumo ao que é mais elevado, que, por
herança do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, na instituição dos Arautos se
designa por procura do Absoluto, e em
linguagem escolástica chama-se desejo natural de Deus.
Por
ter feito Deus todas as coisas com sabedoria, deixou sua divina marca nas
inumeráveis obras de suas mãos. E, assim como pode o perito em arte reconhecer
o autor de um quadro ou de uma composição musical pelo seu característico e
inconfundível estilo, também um Arauto, sedento de Deus, encontrá-Lo-á ao contemplar
a harmonia, a perfeição e a beleza do universo.
Há
na criação, entretanto, uma obra por excelência que o Arauto, como todo fiel,
deve considerar com um amor que toca quase na adoração: a Santa Igreja Católica,
Apostólica e Romana. Nela se reflete de modo ainda mais perfeito a beleza
infinita de Deus.
4
- Inocência batismal
Como
elementos constitutivos do carisma dos Arautos, a magnanimidade, o senso de
hierarquia e a procura do Absoluto
desempenham importante papel na preservação ou restauração da inocência
batismal nas almas, a qual dá uma visão dos aspectos maravilhosos e
arquetipizados da vida por onde a pessoa goza de especial relacionamento com o
sobrenatural. Eis um fundamental elemento desse carisma: buscar através de
todos os meios a conservação ou restauração desse dom de Deus, a inocência
batismal.
Segundo
a convicção dos Arautos do Evangelho, o relacionamento com Deus é precioso
tesouro que a alma deveria conservar e aprimorar ao longo de toda a vida.
Simbologia, aliás, da veste branca recebida no Batismo, que o fiel deve levar
imaculada até a morte.
Para
quem deseja trilhar essa via da procura
do absoluto, tão amada pelos Arautos, após haver perdido a inocência
primeva não bastará apenas fazer penitência para reparar os pecados cometidos.
Para entrar no Reino dos Céus é preciso esforçar-se por restaurar a inocência
perdida. E isso só se poderá obter por uma especial ação da graça, pela
intercessão de Maria – a criatura inocente por excelência, a Imaculada.
Quem toma contato com os Arautos, mesmo superficialmente, logo discerne no carisma a peculiar e acentuadíssima nota marial |
Para ler o artigo completo sobre o carisma, espiritualidade e finalidade dos Arautos do Evangelho acesse o link abaixo:
http://lumenveritatis.org/ojs-2.4.4/index.php/lv/article/view/166/35
http://lumenveritatis.org/ojs-2.4.4/index.php/lv/article/view/166/35
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