Conhecer para admirar;
admirar para imitar;
admirar para imitar;
imitar para servir.
Conhecendo a finalidade
dos Arautos do Evangelho.
“Venha a nós o vosso Reino, seja feita a
vossa vontade,
assim na terra como no Céu” (Mt 6,10),
pedem os homens na oração perfeita, há
dois mil anos.
Almejam os Arautos que esse anelo se
torne realidade,
para que se dê toda a glória extrínseca devida ao Criador.
Trata-se da sacralização
do mundo.
O
carisma dos Arautos visa aplicar-se a todos os campos da atividade humana. Eis
aqui alguns fundamentos.
Uma
vez que Deus criou o mundo para manifestar e comunicar sua glória, não teria
sentido que toda a Criação glorificasse a Deus, refletindo suas perfeições, exceto
a sociedade temporal, uma de suas mais admiráveis obras. Em algo essa glória
ficaria diminuída. Sem embargo, o
aperfeiçoamento da esfera temporal foi confiado ao próprio homem, ao
contrário do restante do universo inanimado que saiu das mãos de Deus e se
mantém dentro das regras traçadas pelo Criador, glorificando-O dessa forma. Em
se tratando de um ser inteligente e, portanto, livre, participa o homem da obra criadora por disposição divina. A Deus
apraz fazer com que as criaturas não só tenham parte em sua Bondade, mas que a
comuniquem umas às outras.
Para que a esfera temporal, porém, dê glória a Deus, precisa estar constituída de acordo com os desígnios divinos, fundamentando-se na lei natural que é compendiada no Decálogo. A sociedade temporal deve, pois, procurar em Deus o seu modelo perfeito. Com a Encarnação do Verbo, tornando-Se Deus visível ao homem em Cristo Jesus, é n’Ele que a humanidade é chamada a fixar o olhar, a fim de encontrar o seu divino Arquétipo no Qual se deve inspirar para aperfeiçoar todas as suas obras.
A Grand-Place de Bruxelas, símbolo
da dignidade que cercava o exercício das atividades dos artesãos, trabalhadores e comerciantes na baixa Idade Média. |
Vê-se,
assim, que a glória de Deus não está centrada exclusivamente na salvação
individual do maior número de almas. Se, numa hipótese absurda, todas se
salvassem, mas a sociedade temporal não fosse conforme ao plano de Deus, a
glória extrínseca d’Ele ficaria apequenada. Fazendo parte do desígnio divino
que o homem viva em sociedade, é evidente
que também esta tem de refletir no seu conjunto as perfeições divinas,
dando glória ao Criador inclusive no âmbito temporal, como na esfera espiritual
o faz a Igreja. Ambas as sociedades têm,
cada uma em seu âmbito, a mesma
finalidade: a salvação das almas.
A
intenção de atuar na sacralização das
realidades temporais está expressa nos estatutos dos Arautos do Evangelho, no que diz respeito à finalidade:
Sacerdote Arauto em missão na longínqua comunidade de Novo Airão, interior da Amazônia, animando os corações a se afervorarem ainda mais a Jesus, por Maria |
Além disso, a Associação
tem como fim a participação ativa, [...] na missão salvífica da Igreja, através
do apostolado, atuando em prol da evangelização, da santificação e da animação
cristã das realidades temporais [...] os membros da Associação devem ter em
conta que é na índole secular que se situa a sua especificidade, razão pela
qual devem realizar seu serviço eclesial testemunhando e tornando presente,
perante os outros estados de vida, o significado das realidades terrenas e
temporais no desígnio salvífico de Deus (cf. ChL 55).
Como
todas as atividades dos Arautos do Evangelho, a consecratio mundi (a sacralização do mundo), finalidade imediata de seu carisma, ao promover condições mais
favoráveis à santificação das almas na ordem temporal, tem como meta última a máxima glória de Deus.
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