29 de out. de 2018

O mais votado do Brasil


Defendendo os interesses da Igreja
Com apenas vinte e três anos, Plinio Corrêa de Oliveira 
era o deputado mais jovem e mais votado de todo o Brasil.

Naqueles primeiros anos da década de 1930, Dr. Plinio teve conhecimento da existência de um organismo eleitoral ligado à política francesa, dirigido pelo General Marquês de Castelnau, herói de duas guerras, católico fervoroso e fundador da Fédération Nationale Catholique. À procura de maiores informações, Dr. Plinio soube que o objetivo dessa federação consistia em apontar aos católicos quais eram os candidatos aos cargos públicos que se comprometiam a lutar pelas reivindicações da Igreja.

Um jovem convicto do papel central da
Igreja nos acontecimentos, dotado de uma
visão religiosa de todo o passado da
Cristandade e de um olhar vigilante
em direção ao futuro
E o general levava a cabo o empreendimento pelo original sistema de publicar em seu boletim os nomes dos concorrentes que tivessem garantido tal apoio, bem como a lista dos que contrários aos interesses católicos e, inclusive daqueles que não se manifestavam a respeito do assunto. Por esse procedimento, destinado a eleger deputados sinceramente católicos, o pequeno grupo conduzido pelo Marquês de Castelnau obtinha excelentes resultados e causava um efeito não pequeno nas votações para os postos eletivos.

A fórmula encantou Dr. Plinio, pois vinha ao encontro da ideia, por ele longamente ruminada, de aproveitar-se da surpreendente expansão do Movimento Católico no Brasil para alterar o laicismo reinante. Dr. Plinio propôs a ideia. Acolhida com entusiasmo, a sugestão não tardou a se tornar realidade. Em pouco tempo estava preparada a constituição da Liga Eleitoral Católica (LEC).

O programa da Liga Eleitoral Católica consistia em inserir na nova Constituição a garantia dos direitos essenciais da Igreja. Eram eles o ensino religioso nas escolas públicas, a introdução de capelanias católicas nas Forças Armadas, nas prisões, nos hospitais públicos e demais estabelecimentos do Estado, a proibição do divórcio e o reconhecimento oficial do matrimônio religioso.

Dr. Plinio adentrou na carreira política escolhido pela autoridade eclesiástica Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo, após receber sua comunicação para candidatar-se a deputado federal, o qual imediatamente obedeceu com toda despretensão.

Por fim, chegou o dia das eleições: 3 de maio de 1933. 

Nos dias subsequentes, de todas as partes do estado crepitava a informação, anunciada pelos jornais e repetida pelo público: “Plinio Corrêa, na ponta!”. Circulava na cidade o comentário: “O nome do Plinio está muito votado”. Pouco depois a notícia seria confirmada: de fato os jornais noticiavam que ele havia sido eleito com vinte e quatro mil setecentos e oitenta votos, ultrapassando o dobro do que recebera o segundo colocado. Com apenas vinte e três anos, Plinio Corrêa de Oliveira era o deputado mais jovem e mais votado de todo o Brasil.

(Extraído da obra O DOM DE SABEDORIA NA MENTE, VIDA E OBRA DE PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA, Volume II, páginas 302-323, de Monsenhor João S. Clá Dias, EP) 

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