Quanto demorou o
Magistério para definir a Imaculada Conceição de Maria? Dezenove séculos,
embora toda a Igreja clamasse para que a declaração fosse feita muito antes. E
por que tanto tempo? Porque tal é a grandeza de Nossa Senhora que, nos albores
da Igreja, alguns chegaram a cultuá-La como deusa.[1]
Apenas no século IV,
quando as bases da Cristologia estavam mais solidificadas, foi proclamado o
primeiro dogma mariano, a Maternidade Divina. Então ficou claro que, embora
pura criatura, enquanto Mãe de Deus Maria participa do mais alto estágio da
obra da criação, o plano da união hipostática, se bem que de maneira relativa.
Ora, algo análogo se passa
com São José. Ele permaneceu silenciado durante vinte e um séculos, porque era
preciso primeiro fixar a adoração a Nosso Senhor e estabelecer a devoção à
Santíssima Virgem. Mas aproxima-se a hora de se compreender o quanto ele foi
elevado por Deus, a fim de ser digno esposo de Maria e pai virginal de Jesus
Cristo.
[1] “Segundo o testemunho
de Santo Epifânio, os coliridianos, na Arábia, veneravam a Virgem como deusa e
ofereciam, com ritos idolátricos, pequenos pães ou tortas em sua honra. Esta
seita era composta quase exclusivamente por mulheres, e a elas estavam
reservados os ofícios sacerdotais. Entre os montanistas orientais, os chamados
marianistas e filomarianistas adoravam Maria como deusa” (ALASTRUEY, Gregorio.
Tratado de la Virgen Santísima. 4.ed. Madrid: BAC, 1956, p.841).
[2] Cf. SÃO TOMÁS DE
AQUINO, op. cit., I, q.50, a.1, ad 1.
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