Maria Santíssima é o refúgio
perene, contínuo, que jamais se fecha a qualquer espécie de pecadores. Está na
grandeza de Nossa Senhora ser um imenso e perfeito refúgio, porque tudo n’Ela
excede a nossa capacidade de cogitação.
Um porto é um abrigo contra o mar
revolto, e um navio encontra ali um refúgio. Dizemos que esse refúgio é tanto
maior e mais esplêndido quanto mais navios couberem nele. Em uma enseada como a
do Rio de Janeiro, por exemplo, onde não sei quantas esquadras poderiam entrar
e sentirem-se completamente protegidas contra o mar bravio, vemos uma grandeza,
uma magnificência e um esplendor incomensuráveis.
A Santíssima Virgem é assim.
Ela pode dar refúgio a pecadores cujos pecados atingem um tamanho inimaginável,
ingratidões inconcebíveis, insondáveis. Desde que a alma se volte para esta boa
Mãe, Ela cobre tudo e aceita de dar toda espécie de perdão para toda espécie de
pecados. Maria é, portanto, o refúgio
por excelência.
Se sentires tristeza por
notarmos que temos alguma culpa, devemos dizer a Ela: “Temos culpa, é verdade.
Mas Vós sois o Refúgio dos Pecadores, e está na vossa grandeza, ó minha Mãe,
tomar os meus pecados e defeitos, e abrir para eles como que um porto para me
defender do alto-mar das consequências interiores e exteriores das minhas
desordens. À vossa grandeza corresponde também a grandeza de vossa
misericórdia. Vós tereis pena de mim e me acolhereis.”
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