30 de jun. de 2017

A beleza da Liturgia

"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." (Jo 10,10)
Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras (SP)

Chamado à transcendência
por meio da beleza

As celebrações litúrgicas, em especial a da Eucaristia, constituem o cerne da experiência do transcendente. Elas englobam elementos humanos e divinos em uma síntese de beleza que nos eleva a Deus.


Algo curioso ocorre quando refletimos sobre os episódios da vida de Nosso Senhor relatados nos Evangelhos. À medida que a narração se desdobra, eles começam a germinar em nosso espírito e acabamos por perceber experimentalmente como tudo quanto Cristo fez na Terra, há dois milênios, transcende a fronteira do tempo.

Com efeito, o Verbo Encarnado não pregava apenas para as multidões que se comprimiam em torno d’Ele nas aldeias da Judeia. As verdades sobrenaturais contidas nos seus adoráveis ensinamentos apresentam-se atualmente a nós muito mais claras do que o foram para os seus coetâneos. Assim acontece, por exemplo, quando lemos na Sagrada Escritura: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10, 10) ou “Eu estarei sempre convosco, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).

Ora, é um dos elementos essenciais da divina didática de Jesus servir-Se das realidades visíveis para nos elevar às invisíveis. Apontando para os lírios do campo, Ele incitou os cristãos de todas as eras a refletir sobre a providência amorosa de Deus. Sentou-Se junto a um poço e falou de água viva… Partiu o pão e aludiu ao alimento da alma…

Essa reversibilidade entre a esfera temporal e a espiritual faz parte da vida cotidiana da Igreja. É nela que os ritos do culto divino, especialmente a Celebração Eucarística, encontram seu sentido e fundamento.

Harmoniosa sucessão de palavras e signos     

Analisemos, nessa perspectiva, o que sucede ao entrarmos numa igreja para participar da Santa Missa.

Logo na entrada, mergulhamos a mão na água benta, fazemos o Sinal da Cruz e dobramos o joelho, voltados para o tabernáculo. A seguir, acomodamo-nos num banco enquanto o órgão inunda com seus melodiosos acordes o recinto sagrado e uma luz suave flui através dos vitrais.

O sacerdote eleva o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor,
 tão presente na Santa Missa como quando caminhava
pelas estradas da Galileia.
Em certo momento, ao toque de um pequeno sino, tem início a celebração. Um cortejo se dirige ao presbitério, precedido pela cruz acompanhada de duas velas acesas, um turíbulo e uma naveta. No fim, avançam solenes os diáconos e o sacerdote, revestidos de paramentos que reforçam o significado da cerimônia que vai se realizar, sobem os degraus do presbitério e, chegando ao altar, inclinam-se para osculá-lo.

E assim, na harmoniosa sucessão de palavras e signos ditada pelas sagradas rubricas, a Celebração Eucarística se desenvolve até o momento ápice da Consagração. Então, atuando em nome do único e verdadeiro Sacerdote, o celebrante pronuncia sobre o pão e o vinho a fórmula ensinada por Cristo e, em seguida, levanta alto o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor, tão presente ali como quando caminhou pelas estradas da Galileia ou derramou seu Sangue no Calvário.

Os símbolos como ponte entre o espiritual e o corporal

O uso de signos materiais na Liturgia permite criar uma sólida ponte entre o corporal e o espiritual, o visível e o invisível, o humano e o divino.

Uma pequena quantidade de água é misturada ao
vinho, representando a parte humana do sacrifício
O nosso espírito, ensina São Tomás, “para se unir com Deus, necessita ser conduzido pelas coisas sensíveis, porque ‘as coisas invisíveis de Deus são conhecidas por intermédio das criaturas’ (Rm 1, 20)”.1 E, no mesmo sentido, o Pseudo-Dionísio afirma: “Os seres celestes, devido à sua natureza intelectual, veem a Deus diretamente. Nós, pelo contrário, nos elevamos até onde podemos na contemplação do divino por meio de imagens sensíveis”.2

Logo, conclui o Doutor Angélico, “o culto divino precisa usar de coisas corpóreas para que, por elas, que são como sinais, a mente humana desperte para atos espirituais, mediante os quais nos unimos com Deus”.3

Elas não são um fim, mas sim um meio para tornar acessível o que é transcendente e convidar os fiéis a uma atitude de admiração, entrega e gratidão. É por isso que se tem afirmado ser a partir do homo simbolicus que se visualiza o homo religiosus.4

Riqueza de aspectos da Celebração Eucarística

Mas a linguagem simbólica, ao alimentar com largueza o intelecto por meio de todos os sentidos, principalmente da vista e do ouvido, não só põe o homem em contato com o Absoluto, mas faz isso de modo atraente. Porque, ensina o Papa Bento XVI, “a Liturgia, por sua natureza, possui uma tal variedade de níveis de comunicação, que lhe permitem cativar o ser humano na sua totalidade”.5

Ora, sendo a celebração litúrgica do Sacramento da Eucaristia ponto alto do culto cristão, os ritos que a compõem são síntese e ápice da expressão religiosa nos seus mais diversos aspectos. A conjugação de todos eles produz uma experiência ao mesmo tempo artística e mística que nos convida a considerar o desenvolvimento da Santa Missa em sua dupla dimensão estética e transcendente.

Cristo como centro da Liturgia

Uma primeira reflexão nos leva a considerar mais de perto o centro em torno do qual se articulam esse conjunto de palavras, silêncios, gestos e símbolos que compõem uma Celebração Eucarística. Qual é sua essência? O que eles representam?

A resposta no-la dá o Catecismo ao afirmar: “Pela Liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo Sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa Redenção”.6

Afirma o Concílio Vaticano II: “Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Nela, os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo – cabeça e membros – presta a Deus o culto público integral. Portanto, qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, ação sagrada por excelência, cuja eficácia, com o mesmo título e no mesmo grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja”.7

Uma comunidade reunida para um banquete

Ora, “além de ser obra de Cristo, a Liturgia é também uma ação de sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão entre Deus e os homens por meio de Cristo. Empenha os fiéis na vida nova da comunidade, implica uma participação consciente, ativa e frutuosa de todos”.8

Nesse sentido podemos afirmar ser a Celebração Eucarística uma oração social. O homem precisa do apoio dos seus semelhantes, e a reunião e interação de uma comunidade de fiéis é, em si mesma, um sinal sensível da relação invisível existente entre eles como um corpo místico.

Cristo está presente na comunidade em virtude de sua promessa: “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, então estarei no meio deles” (Mt 18, 20). A verdadeira unidade, pois, só é atingida com relação a um princípio mais elevado: “Somente […] quando o homem tem um relacionamento correto com Deus é que todos os seus outros relacionamentos – com seus semelhantes e sua conduta com o restante da criação – podem estar em boa ordem”.9

A união que tem lugar entre Deus e a alma no Sacrifício Eucarístico é espiritual, mas também física, já que o homem é um composto de corpo e alma. O sacrifício é expresso por sinais tangíveis, como uma refeição. A própria estrutura da Eucaristia emerge de sua instituição por Cristo na Última Ceia, com sua ordem: “Fazei isto em memória de Mim” (Lc 22, 19).

Compartilhar uma refeição fortalece a unidade e harmonia entre os participantes. Com efeito, a palavra latina convivium significa refeição, banquete. A Celebração Eucarística é por excelência o sacrum convivium, no qual os fiéis compartem o Corpo e Sangue de Cristo, tornando-se um n’Ele.

Microcosmos organizado de forma a elevar o espírito

O espaço em que a Celebração Eucarística se desenvolve está ordenado de modo a facilitar essa união da comunidade em Cristo.

Ao cruzar os umbrais do templo, a pessoa é envolvida por um ambiente que procura tirá-la da rotina cotidiana e fazê-la sentir-se na antessala do Paraíso. Ela entra num recinto sagrado, isolado tanto quanto possível das banalidades do mundo exterior, num microcosmos organizado de forma a elevar o espírito para os mistérios que vão ser celebrados.10

Nossa Senhora do Bom Remédio
Basílica Nossa Senhora do Rosário - Caieiras (SP)
Mas, ao mesmo tempo em que os limites entre o interior e o exterior são categoricamente definidos e separados, em sentido oposto, a fronteira entre o mundo físico e o espiritual se torna mais tênue e incerta. Porque a própria estrutura arquitetônica de um templo, independente do seu valor histórico ou artístico, está destinada a pôr o espírito face à grandeza do divino.

Assim, o lugar santo deve estar em perfeita harmonia com as palavras, gestos e atos litúrgicos que compõem a ação sagrada por excelência. A decoração, as vestimentas, os vasos sagrados podem ser ricos ou simples, mas sempre dignos e adequados à elevada função a qual se destinam.

Água, fogo, incenso

Dentre os elementos cósmicos usados na Liturgia, talvez seja o fogo o mais rico em significado.

Ele representa para o cristão a ação transformante do Espírito Santo, assim como o amor ou fervor interior. Línguas de fogo pousaram sobre Maria e os Apóstolos no dia de Pentecostes (cf. At 2, 3). Uma lâmpada de azeite se consome diante do Santíssimo, em perene adoração. E velas ardem no altar durante a Missa. No Sábado Santo, na bênção do fogo novo, o mais espiritual dos quatro elementos como que renasce junto com Cristo Ressuscitado, a Luz do Mundo, o Sol que nunca se põe. O Círio Pascal representa nosso Redentor e todas as outras velas recebem dele a sua chama.

A água, por sua vez, em oposição ao fogo, tem propriedades purificadoras e regeneradoras, e por isso o celebrante a usa para limpar as mãos antes de iniciar a Oração Eucarística. Fonte de vida no mundo material, é esse também seu simbolismo no Sacramento do Batismo. Uma pequena quantidade de água é misturada ao vinho, representando a parte humana do sacrifício, o sangue e a linfa que escorreram do lado de Cristo, a união entre Cristo e a Igreja.11

Ligado ao fogo está, por sua vez, o incenso. A fumaça perfumada que se evola simboliza a oração e é sinal de honra para com as coisas e pessoas sagradas. Ele é usado em momentos-chave: o início da Celebração, o anúncio do Evangelho, o Ofertório e a Elevação da hóstia e do cálice após a Consagração.

Gestos e silêncio

Na Ars celebrandi, têm papel preeminente também os gestos do celebrante, reforçando poderosamente as palavras por ele pronunciadas.

O simbolismo das mãos sacerdotais
que se juntam representam
a humildade de Nosso Senhor
Durante a Oração Eucarística, o sacerdote estende as mãos, palmas para baixo, como um sinal da invocação do Espírito Santo. Ao abrir os braços, ele simboliza Cristo pregado na Cruz. Suas mãos erguidas indicam que sua oração é dirigida a Deus pelo povo. Quando ele junta as mãos e se inclina, denota a humildade de Cristo. Na Liturgia, assim como as palavras têm a força das próprias palavras de Cristo, os gestos são os gestos d’Ele.

O silêncio na Liturgia não é um interlúdio mudo e vazio, mas é conatural com a oração, a contemplação e a abertura para o sobrenatural. Um período de silêncio marca um momento de grandeza e solenidade, conforme demonstrado na narração da Liturgia celestial do Apocalipse: “E quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no Céu por quase meia hora” (Ap 8, 1).

No sagrado contexto da Liturgia, esses aspectos simbólicos ganham em vida e significado. “Uma vez iluminadas as inteligências e aquecidos os corações, os sinais ‘falam'”.12

Ascensão gradual da alma rumo à união com Deus

Ora, não é só nos ritos e gestos isolados que encontramos a dimensão simbólica da Celebração Eucarística. Ela se revela também na sua própria estrutura, que os unifica num vibrante contexto.

Os passos cadenciados e solenes da procissão de entrada em direção ao Presbitério simbolizam o cortejo da Igreja na terra para a Jerusalém celestial. 13 Mas o desenvolvimento da celebração retrata a ascensão gradual da alma rumo à união com Deus. O rito penitencial corresponde ao estágio purgativo da vida espiritual, durante o qual a alma se purifica dos seus defeitos; a Celebração da Palavra, ao iluminativo; e, finalmente, o estágio da perfeita união, à presença real.14

“A Liturgia tem uma ligação intrínseca com a beleza”

Pela Liturgia, como vimos, Cristo continua na Igreja, com ela e por ela, sua função sacerdotal. Desse modo, “a beleza de uma Celebração Eucarística não depende essencialmente da beleza da arquitetura, das imagens, dos ornatos, dos cânticos, das sagradas vestes, da coreografia e das cores, mas antes de tudo da capacidade de revelar-se o gesto de amor praticado por Jesus. Por meio dos gestos, das palavras e das orações da Liturgia devemos reproduzir e fazer transparecer os gestos, orações e palavras do Senhor Jesus”.15

Entretanto, sendo Ele “o mais belo dos filhos dos homens” (Sl 44, 3) e a Beleza em essência enquanto Deus, a Liturgia está inseparavelmente vinculada à beleza, como claríssimamente ensina o Papa Bento XVI na Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis:

“A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar, no valor teológico e litúrgico da beleza. De fato, a Liturgia, como aliás a revelação cristã, tem uma ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). Na Liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual o próprio Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. […]

“A verdadeira beleza é o amor de Deus que nos foi definitivamente revelado no mistério pascal. A beleza da Liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o Céu que desce à Terra. O memorial do sacrifício redentor traz em si mesmo os traços daquela beleza de Jesus testemunhada por Pedro, Tiago e João, quando o Mestre, a caminho de Jerusalém, quis transfigurar-Se diante deles (cf. Mc 9, 2-7). Concluindo, a beleza não é um fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à ação litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza”.16

O poder de atração da beleza

A beleza tem uma capacidade única de atrair o espírito humano, muito mais do que as ideias ou as doutrinas. E a Celebração Eucarística, em sua resplandecente conjugação de estímulos visuais, sonoros e olfativos, é um eficaz instrumento para conduzir à beleza suprema de Deus.

Primeira ordenação sacerdotal
dos Arautos do Evangelho

Basílica Nossa Senhora do Carmo - São Paulo (SP)
Ela cria um terreno fértil para engajar a pessoa inteira, “espírito e coração, inteligência e razão, capacidade criativa e imaginação”. A via da beleza descerra horizontes infinitos que impelem o ser humano a “abrir-se ao Transcendente e ao Mistério, a desejar, como fim último de seu desejo de felicidade e de sua nostalgia de absoluto, essa Beleza original que é o próprio Deus”.17

A importância da beleza na Liturgia, enquanto possante fator de conduzir as almas à beleza suprema de Deus, pode ser facilmente notada no empenho do Papa Bento XVI em que se tenha o máximo de cuidado na celebração dos atos litúrgicos: “Sem dúvida, a beleza dos ritos nunca será bastante procurada, nem suficientemente cuidada nem assaz elaborada, porque nada é demasiado belo para Deus, que é a Beleza infinita. As nossas liturgias terrestres não poderão ser senão um pálido reflexo da liturgia que se celebra na Jerusalém do Céu, ponto de chegada da nossa peregrinação na Terra. Possam, porém, as nossas celebrações aproximar-se o mais possível dela, permitindo-nos antegozá-la!”.18


Importância do esplendor e perfeição dos ritos no mundo de hoje

Embora submetidas a alterações quanto à forma ao longo dos séculos, as celebrações litúrgicas, em especial a da Eucaristia, constituem o cerne da experiência do transcendente. Mesmo sem considerar os efeitos sobrenaturais produzidos pelo seu caráter sacramental, a beleza, o simbolismo e a estrutura do culto divino outorgam-lhe um papel fundamental na experiência humana, saciando o anseio da alma pela verdade e pelo bem.

Ora, nesta época de pragmatismo, mecanização e globalização, o esplendor e a perfeição na realização dos ritos litúrgicos adquirem uma importância cada vez maior. Neles o homem contemporâneo encontra como que um oásis de verum, bonum e pulcrum num mundo tão desprovido de beleza.

Na Liturgia da Santa Igreja, além das graças necessárias ao progresso da alma na virtude, o espírito humano encontra incomparável alimento para o seu inato desejo do Absoluto, porque no centro da beleza e misticismo atemporais da Liturgia, dando- lhe estrutura e sentido, encontra-se a Beleza Eterna, Divina e Infinita. O próprio Deus.

Notas:

1 SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica, II- II, q.81, a.7, resp.
2 DIONÍSIO AREOPAGITA. De ecclesiastica hierarchia .c.1, 2.
3 SÃO TOMÁS DE AQUINO, op. cit., II-II, q.81, a.7, resp.
4 Cf. RIES, Julien. Tratado de antropología de lo sagrado. Madrid: Trotta, 2005, p.9-14.
5 BENTO XVI. Sacramentum caritatis, n.40.
6 CIC 1069
7 CONCÍLIO VATICANO II. Sacrosanctum concilium, n.7.
8 CIC 1071.
9 RATZINGER, Joseph. The Spirit of the Liturgy. San Francisco: Ignatius, 2000, p.21.
10 Cf. PASTRO, Cláudio. O Deus da beleza: a educação através da beleza. São Paulo: Paulinas, 2008, p.69.
11 GARRIDO BONAÑO, OSB, Manuel. Curso de Liturgia Romana. Madrid: BAC, 1961, p.326-327.
12 JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Mane nobiscum Domine, n.14.
13 Cf. ELLIOT, Peter. Guía práctica de la liturgia. 4.ed. Pamplona: EUNSA, 2004, p.72.
14 Cf. ARBOLEDA MORA, Carlos. Los alcances de la fe en la posmodernidad. In: Revista Lasallista de Investigación. Corporación
Universitaria Lasallista – Colombia. v.V. N.2 (jul.-dez., 2008); p.140. 15 MARINI, Piero. Liturgia e Bellezza – Nobilis Pulchritudo.
Cidade do Vaticano: LEC, 2005, p.79.
16 BENTO XVI. Sacramentum caritatis, n.35.
17 PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A CULTURA. A “Via pulchritudinis”. Documento final da Assembleia Plenária, 2006, II.3.
18 BENTO XVI. Homilia na celebração das vésperas na Catedral de Notre Dame. Paris, 12/9/2008

(Revista Arautos do Evangelho, Set/2011, n. 117, p, 18 à 23)

24 de jun. de 2017

Esclarecimento dos Arautos do Evangelho sobre campanha difamatória

Uma pergunta que necessita
urgente resposta:
“A quem aproveita essa campanha
difamatória?”

Tem circulado em algumas mídias sociais, de modo ilegal, vídeos privados de bênçãos de libertação feitas por sacerdotes arautos, bem como de reuniões privadas de uma comissão da mesma instituição, formada para estudar fenômenos preternaturais, dentre os quais pretensas revelações feitas pelo maligno.

A divulgação de tais vídeos, promovida principalmente por Alfonso Beccar Varela (Filho) e Marcos Lofrese Junior, costuma vir acompanhada de títulos e comentários tendenciosos, incluindo montagens e edições, com notória inclinação difamatória e passional, não excluindo, em alguns casos, o lamentável recurso ao burlesco.

Recentemente, o senhor Alfonso Beccar Varela iniciou, também, uma campanha de arrecadação de fundos, para “ajudar economicamente com uma contribuição para ajudar a difundir” os vídeos.

Diante desse cenário, cabe uma palavra da entidade que se vê mais diretamente prejudicada por esta campanha orquestrada por motivos até agora desconhecidos: os Arautos do Evangelho.

Os Arautos do Evangelho são uma Associação Privada de Fiéis de Direito Pontifício que congrega, também, um ramo clerical (de sacerdotes e diáconos), a Sociedade de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli.

Por ter-se tornado notória a disponibilidade dos padres arautos para prestar auxílio espiritual nas situações mais adversas – como o atendimento de confissões sem restrição de dia ou horário, a unção dos enfermos em inúmeros hospitais e até mesmo em situações de desastres – não tardou que fiéis também passassem a vir até nós pedindo auxílio contra ações que supunham ser de espíritos malignos.

Considerando que a maioria dessas situações é de urgência, bem como tendo em vista que, ante a negativa de um sacerdote, não é raro que pessoas procurem refúgio em outras religiões ou denominações, os padres arautos – embora respeitado o princípio da sã liberdade religiosa – sentem-se obrigados a nunca negar também esse socorro, administrando, assim, bênçãos comumente designadas de "cura e libertação". Vale ressaltar aqui que a denominação "exorcismo" é empregada corriqueiramente pelos padres no seu sentido lato, ou seja, de uma oração e/ou cerimônia religiosa para esconjurar – em forma de súplica - o demônio e outros espíritos malignos, e não necessariamente no sentido estrito, que seria propriamente o exorcismo do rito canônico.

Nas bênçãos em que o demônio se manifesta, não é raro que ele profira declarações utilizando-se das cordas vocais dos indivíduos que estariam em possessão, geralmente com alteração do timbre de voz costumeiro do fiel. Essas declarações, via de regra, devem ser tomadas com toda a prudência, afinal, é sabido que o demônio é conhecido como o "pai da mentira".

Eis que começaram, então, a chegar relatos - decorrentes de bênçãos realizadas em diferentes locais - dando conta de que o maligno, de posse de pessoas totalmente alheias aos Arautos do Evangelho, estaria falando coisas referentes a essa Instituição, aos seus integrantes e a autoridades eclesiásticas e civis.

Diante do inusitado de tais eventos, passaram eles a ser comunicados à direção dos Arautos, por meio de relatórios escritos, o que motivou a constituição de uma comissão de padres para estudar o assunto, em reuniões privadas.

Tendo em vista o fato de que os Arautos são uma associação na qual a maioria de seus membros leva vida comunitária e fraterna, nada mais plausível que essas experiências e relatos, sobretudo os mais intrigantes, fossem compartilhados entre os sacerdotes, assim como é feito com tantas outras repercussões de atividade pastoral, sempre, contudo, restritas àquele círculo de religiosos.
No caso específico da luta contra o demônio, é perfeitamente compreensível que os sacerdotes arautos ajam com naturalidade frente a relatos que causariam espanto a muitas pessoas leigas, pois estão mais familiarizados com esse tipo de situação, e igualmente precavidos sobre o que pode ser tomado a sério e o que deve ser descartado.

Nesse contexto, dado que os membros dessa comissão estão constantemente em missão - seja no Brasil, seja no exterior - gravações em vídeo ("filmagens") das reuniões são sempre feitas por um dos participantes, especificamente designado e autorizado a fazê-lo, sendo tais vídeos posteriormente arquivados e remetidos aos que se encontravam ausentes na ocasião.

Esse envio é feito mediante o compromisso de se tomar conhecimento do material reservadamente e, em seguida, apagá-lo, como consta nos documentos em posse da direção da entidade. Com esse mesmo intuito, foram realizadas filmagens de algumas dessas bênçãos, quando ministradas a pessoas do círculo interno dos Arautos, já explicadas em nota anterior.

No entanto, alguém - que ainda desconhecemos - teve acesso a gravações de reuniões, e forneceu indevidamente esse material a um ex-membro da TFP (Tradição, Família e Propriedade) e antigo desafeto dos Arautos: o antes mencionado senhor Alfonso Beccar Varela (Filho), o qual, por sua vez, é mantenedor de um blog sediado nos Estados Unidos.

Essa filtração de material confidencial, reservado, está sendo objeto de apuração interna, com vistas a identificar o autor, verificar suas reais intenções, bem como adotar medidas disciplinares adequadas, sem prejuízo de outras de caráter judicial.

De tais reuniões, vale destacar, realizadas no foro privado e confidencial, não resultou nenhuma diretriz específica, nem para os sacerdotes, nem para o restante dos componentes da Instituição; não decorreu nenhuma mudança de conduta dos Arautos, seja perante as pessoas nelas referidas, seja perante as demais autoridades civis e eclesiásticas – fato que é público e notório; e, sobretudo, seu conteúdo não foi, de forma alguma, propagado ao público em geral.

Ressalte-se que mais de um ano já decorreu da gravação da maioria desses vídeos e os Arautos continuam sua caminhada em seu apostolado, de forma inalterada.

O referido senhor Alfonso Beccar Varela afirma que possui mais vídeos e que continuará a publicá-los. Talvez consiga fazê-lo, até o momento em que o braço da lei – brasileira e/ou norte-americana – o atingir, máxime tendo em conta, dentre outros, a violação da intimidade, vida privada, honra e imagem de pessoas, bem como a violação de direitos autorais.

De tudo isso, entretanto, é de se indagar: a quem aproveita essa campanha difamatória? Qual o intuito, se tomado em consideração à luz da caridade cristã, tanto da pessoa que encaminhou os vídeos das reuniões, quanto, principalmente, das pessoas que os divulgam, tendo em conta que, insatisfeitas com um instituto da Igreja, ao invés de se valerem dos instrumentos próprios, seja na esfera civil, seja na esfera eclesiástica, fazem uso indevido de material confidencial e privado, obtido de forma ilícita, distorcendo a imagem da Instituição perante o público?

De qualquer forma, seja qual for o conteúdo que os detratores venham a explorar dessas reuniões e vídeos, convém reiterar: são eventos de circulação exclusivamente interna, de caráter estritamente informativo aos padres arautos membros da comissão.

De fato, a delicadeza do tema e o direito à privacidade das pessoas vítimas das ações malignas obstaculizam a divulgação mais ampla. Privacidade essa, no entanto, que não temeram violar, de forma totalmente ilícita, os que agora publicam os mencionados vídeos.

Encerramos esta nota reconhecendo que, de fato, temos mais inimigos do que imaginávamos - e inimigos devotados, que giram como satélites ao nosso redor, mas que precisam, na tentativa de nos destruir, utilizar-se de condenáveis manobras, valendo-se de material privado, coletado de maneira antiética e na clandestinidade, e levianamente divulgado no universo tantas vezes frenético e questionável da internet.

Fazem isso porque, certamente, nunca conseguirão atacar, nem o respeito e devoção com que os Arautos celebram o Sacrifício Eucarístico; com que administram os Sacramentos a todos; com que adoram permanentemente o santíssimo Corpo de Cristo presente nos ostensórios das capelas e Igrejas; com que celebram diariamente as Horas; com que prestam culto especial, principalmente mediante a recitação do rosário, à Virgem Mãe de Deus; nem, muito menos, a harmoniosa cooperação com as autoridades eclesiásticas em todas as suas esferas.

As pessoas que estão promovendo a referida campanha difamatória, por motivos até o momento desconhecidos, causam, com seu proceder, graves danos, seja para a boa fama das autoridades e personalidades mencionadas, seja para a própria Igreja.

Os Arautos do Evangelho, consagram a São José, padroeiro da Igreja, a própria defesa, na certeza de não serem desamparados pelo pai virginal de Jesus e esposo digníssimo de Maria. A ele confiam também o bem espiritual e moral das partes interessadas, e, mesmo ainda, dos próprios detratores da instituição.


23 de jun. de 2017

Em Defesa dos Arautos

Mais um veículo de comunicação sai em defesa dos Arautos do Evangelho

Perseguição à instituição católica
baseou-se em fraudes jornalísticas


Da Redação  22/06/2017  

Ao ignorar as técnicas mais básicas do jornalismo (apurar e checar), muitos profissionais da área acabam por praticar uma "barrigada", que no jargão jornalístico é uma matéria falsa ou errada, publicada com grande estardalhaço.

Caso exemplar de "barrigada", que resultou em vergonha internacional, aconteceu com o jornalista Mário Sérgio Conti. Era junho de 2014. Época de Copa do Mundo, e Conti entra em um voo do RJ para SP quando encontra o então técnico da Seleção Brasileira, o Felipão, acompanhado do Neymar.

O jornalista que escreve para o Globo, Folha de São Paulo e tem um programa na Globo News, não teve dúvida e foi entrevistar o técnico da seleção, em busca do "furo", que é o jargão utilizado para uma informação publicada em um veículo antes de todos os concorrentes.

Nem passou pela cabeça de Mário Sérgio Conti que a presença de Felipão, naquele voo, não fazia sentido, já que a seleção tinha jogado horas antes em Fortaleza.
Não era o Felipão. Era um sósia, o ator Wladimir Palomo, que faz o personagem Felipão em eventos. Neymar, que o acompanhava, também era um ator. Em um determinado momento o "Felipão" afirmou: "Se tivéssemos três como ele (o Neymar), a Copa seria uma tranquilidade". A frase virou manchete no UOL, Folha de São Paulo e Globo, desmoralizando os veículos.

O erro foi logo percebido, a matéria retirada do ar e substituída por um "Erramos", o que obrigou Conti a se desculpar com os leitores.

Ao que parece, os grandes veículos que pensam dominar o mercado de comunicação nacional teimam em passar vergonha através de seus profissionais. É o que vem acontecendo desde semana passada, após avassaladora enxurrada de notícias falsas sobre a Associação Católica Arautos do Evangelho, instituição que possui cerca de 200 sacerdotes devidamente ordenados e com presença em 78 países.

O jornal ‘O Globo’ lançou matéria dizendo que a instituição possui padres exorcistas que são satanistas. A ‘Folha de São Paulo’ alegou que os membros da instituição desejavam a morte do Papa e que fizeram pacto com o diabo. Não demorou muito e as matérias foram se reproduzindo em outros jornais seculares de diversos tamanhos, inclusive no exterior. Ou seja, notícias mal produzidas, descompromissadas com a verdade, são fraudulentas e terminam por caluniar uma entidade séria.

O Departamento de Imprensa dos Arautos questionou a forma e o teor da publicação: "Surpreende que um jornalista de publicação séria como a Folha de São Paulo, tenha fundamentado sua nota somente no sensacionalista Daily Beast, conforme atestava seu editor chefe em entrevista datada de 2015, 'Busca coleções, escândalos e histórias sobre mundos secretos'. Com qual intuito?".

Não dá pra negar que as manchetes estimulam a curiosidade do leitor, mas, basta pensar um pouco (muito pouco mesmo) e perceber que as matérias são incongruentes na essência. Seria o mesmo que soltar uma matéria com o título "construtor de casas deseja que pessoas morem na rua e não comprem mais moradias". Surreal assim.

A única explicação plausível para tais publicações denominadas atualmente de "fake news" é caluniar e criar uma imagem extremamente negativa sobre tal entidade, que, não por coincidência é uma instituição católica. A forma e conteúdo da notícia apontam para uma prática já conhecida no meio jornalístico: a "rec", quando a matéria é "recomendada" pela alta direção da empresa ou atende interesses de pessoas ou entidades a eles ligados.

É obrigação do jornalista apurar e checar antes de divulgar. A apuração está associada a checagem dos fatos, e é o que difere os jornalistas de todos os outros profissionais envolvidos na elaboração de um jornal. Também é uma maneira de tentar aproximar a informação da verdade jornalística, o que, definitivamente, não aconteceu neste caso.

Antes de escrever essa matéria, o Expresso Ceará checou como e quem falou em nome dos Arautos do Evangelho para tratar com os jornalistas sobre os assuntos abordados. Para surpresa infeliz, os Arautos não foram procurados. Ninguém buscou checar a fonte para ouvir o outro lado. Mais uma triste página a constar na história do jornalismo.

Muitas das falsas matérias afirmavam que havia sido montada uma comissão do Vaticano para investigar os Arautos. Ocorre que nem a Santa Sé se pronunciou sobre isso. E vale lembrar que a instituição católica Arautos do Evangelho possui o Direito Pontifício dado pelo então papa João Paulo II e confirmada pelo sucessor, Bento XVI.

Ainda de acordo com os Arautos do Evangelho, "sem uma união afetiva e efetiva com o Santo Padre e à Santa Mãe Igreja, qualquer atividade evangelizadora seria com um galho seco da videira". 


22 de jun. de 2017

Site Católico defende Arautos do Evangelho de ataques de mídias seculares

Abaixo reproduzimos artigo publicado pela CATÓLICA CONECT, em 21 de junho de 2017, sobre os Arautos do Evangelho.

CATÓLICA CONECT
 LEVANDO AS NOTÍCIAS DA IGREJA 
ATÉ VOCÊ

Quem são os Arautos do Evangelho realmente?



Após avassaladora enxurrada de notícias na internet decorrentes das mídias seculares, acerca dos Arautos do Evangelho, foi realizada uma análise, e nos deparamos com notícias que falavam alguma coisa extremamente negativa sobre tal instituição católica. A página ‘O Globo’ lançou matéria dizendo que a instituição conservadora de padres exorcistas, são satanistas!  A ‘Folha de São Paulo’ alegou que eles desejavam a morte do Papa e que fizeram pacto com o diabo! (Algo contraditório não?) E por ai vai, ate que as matérias foram se reproduzindo em outros jornais seculares. Ora, há algo muito esquisito e suspeito por trás de tudo isso, pois os jornalistas que atuam em tais mídias nunca pisaram o pé ou sequer  frequentaram à instituição e é conhecido de todos que em sua grande maioria nem católicos são.

Quando a mídia secular mira para a Igreja Católica, por meio de alguma de suas instituições, o alerta deve ser geral, e nesse caso não foi diferente, pois as matérias causaram muita confusão no meio católico de um emaranhado de notícias que não se cruzavam.

Será que tem alguém por trás desses ataques orquestrados? Até porque nem o Vaticano se pronunciou sobre isso, sendo que essa instituição tem o Direito Pontifício dado por São João Paulo II.

Por essa razão resolvemos apurar os fatos e averiguar o que a Santa Sé em Roma fala sobre esta instituição, e o que realmente esta por trás dos Arautos do Evangelho.

E o que encontramos foi surpreendente, assista o vídeo até o final e descubra por si só a VERDADE, quem são os Arautos do Evangelho!
O que nós constatamos é que todos aqueles que tem contato com esse grupo (Arautos) começam a frequentar a Santa Missa com mais frequência, passam a rezar o Santo Rosário, iniciam frequente hábito de se confessarem regularmente, bem como viver uma vida piedosa almejando ser santo. Ora, para os dias atuais chega a ser ESTARRECEDOR uma pessoa passar a praticar tais virtudes e devoções.

Descobrimos que cada Sacerdote Arauto celebra duas missas diariamente, e que atendem confissão sempre que algum fiel precisar.

Algumas pessoas que tiveram contato com essa ordem nos relataram que mudaram suas vidas, que as coisas começaram a entrar em ordem e que a vida de oração mudou completamente, adquirindo mais amor ao Imaculado Coração de Maria e aumentado a sua frequência as Santas Missas durante a semana.
Ou seja, descobrimos que o único contato que eles tem com o demônio é de colocar o tinhoso de volta ao inferno, onde é o seu devido lugar.


16 de jun. de 2017

Atuação dos Arautos no Mundo

Qual o intuito do Sr. Andrea Tornielli
ao atacar os Arautos do Evangelho?
Criar um cisma na Igreja?   
Autor: GAUDIUM PRESS    

São Paulo – Brasil (Sexta-feira, 16-06-2017, Gaudium Press) Quem lê os artigos e livros do prestigioso vaticanista, Sr. Andrea Tornielli, pode regozijar-se com a recordação da figura pitoresca de um camaleão. Assim, suas publicações registram uma arguta capacidade de adaptar-se ao ambiente em que se encontra, para desenvolver a sua atividade: soube sorrir para João Paulo II, afagar o pontificado de Bento XVI e, ao mesmo tempo, preteri-lo discretamente, quando já andava de braços dados com Francisco…

Recentemente, o Sr. Tornielli publicou um artigo polêmico no blog Vatican Insider, do jornal La Stampa: “Arautos, a doutrina secreta: ‘Correa incentiva a morte do Papa'”. Considerando a conhecida característica camaleônica do articulista, duas questões despontam a partir desta publicação: quais são as suas pretensões? Para que ambiente ele antecipa uma adaptação?

É interessante observar que o autor ressuscita, através do mencionado artigo, antigas, muito antigas, denúncias contra o Professor Plinio Corrêa de Oliveira, relativas à veneração que muitos lhe prestavam em vida, bem como à devoção privada a sua mãe, D. Lucília. Agora, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, é alvo dos mesmos ataques. Essas são acusações obsoletas, todas respondidas e devidamente refutadas conforme os ditames da mais estrita doutrina católica.

Timeo hominem unius libri. É bem o que os leitores da imprensa católica são inclinados a concluir nestes momentos, sobre o conhecimento do Sr. Tornielli a respeito do tema de seu artigo: estudioso de um só livro causa temor. O que não fica nada bem para um articulista desse porte… Vejamos por que.

Em primeiro lugar, poderíamos sugerir ao Sr. Tornielli voltar um pouco ao passado da instituição, por ele tão veementemente atacada, e deitar alguma atenção a uma obra publicada em 1985 – Servitudo ex Caritate – com o parecer do eminente teólogo Pe. Victorino Rodríguez y Rodríguez, OP. Nesse estudo, nunca replicado, o assunto da Sagrada Escravidão a Jesus, pelas mãos de Maria, bem como os vínculos espirituais entre o Prof. Plinio e seus discípulos, que ele menciona em seu artigo, foram completamente esclarecidos para o passado, para o presente e para o futuro.

E por que não ler, também, o livro Dona Lucilia, de 1995, com prefácio laudatório do Pe. Antonio Royo Marín, OP, reeditado em parceria com a Libreria Editrice Vaticana em 2013, também em língua italiana? Sua leitura teria sido suficiente para compreender que os fundamentos da devoção a esta grande dama brasileira estão baseados em sua vida de ilibada virtude e no bimilenar costume da Santa Igreja. Permita-nos dizer-lhe, Sr. Tornielli, que talvez seja conveniente rever as suas anotações do tempo de catecismo, pois antes mesmo de alguém ser canonizado, pede a Santa Madre Igreja que seja reconhecida sua fama de santidade.

E quanto à devoção a Dr. Plinio? Se lhe interessarem dados mais atuais, convidamos o Sr. Tornielli a fazer um dedicado estudo a uma obra recentíssima, de 2016, publicada em cinco volumes também pela Libreria Editrice Vaticana, com mais de 100 mil coleções impressas, sob o título O dom de sabedoria na mente, vida e obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Nesse trabalho encontram-se detalhadas as origens históricas e o embasamento teológico desse tema, tratado de forma tão tendenciosa em seu artigo.

É verdade que surgiu, entretanto, diante do Sr. Tornielli, uma grande e insólita novidade: um vídeo privado, divulgado fora do contexto e superado pelo tempo, pois é velho de um ano e meio. Sendo ele de uso restrito da instituição, foi, entretanto, obtido de forma ilegal por um homem apaixonado no desafeto à TFP e aos Arautos – ele mesmo ex-membro da TFP -, casado com uma senhora, ex-membro da Opus Dei, que ocupam ponderada parte de seu tempo em atacar as entidades às quais pertenceram. Nesta fonte que o influente Sr. Tornielli foi buscar sua informação imparcial…

Trata-se do registro de uma reunião de clérigos, reservada, que não implicou em nenhuma mudança de rumos nos Arautos do Evangelho, seja em seu relacionamento para com a Sagrada Hierarquia e a sociedade civil, seja na atuação com a imensa quantidade de aderentes do movimento. O objetivo do encontro registrado era, simplesmente, intercambiar impressões a respeito de determinados fenômenos preternaturais, num ambiente de amena e distendida intimidade. Mãos criminosas, ainda desconhecidas, resolveram divulgar seu conteúdo de forma malévola e inconsequente para um público que não tem, em sua grande maioria, conhecimentos teológicos suficientes para fazer a respeito do seu conteúdo um juízo aprofundado. Não era difícil, assim, criar confusão em suas mentes. Por outro lado, essas mesmas mãos não se interessaram, naturalmente, em divulgar as conclusões dessas análises.

Ora, por que o Sr. Tornielli não procurou os Arautos para obter um esclarecimento? Bem poderíamos dizer: timeo hominem unius factionis, tememos os homens da meia verdade, os homens parciais, aqueles que não sabem e não querem ouvir as duas partes.

Estará o Sr. Andrea Tornielli agindo sozinho? Isso não sabemos…

Mas podemos afirmar, analisado o artigo do renomado vaticanista e as circunstâncias mencionadas, a cega contribuição que ele está oferecendo no sentido de destruir aquela tão sonhada unidade que os Padres do Concílio Vaticano II quiseram levar adiante e que concretizaram três grandes homens: São João Paulo II, Bento XVI e Mons. João Clá. Eis um modo de arruinar a doutrina de um Concílio Ecumênico, e a dedicada ação de dois papas – um ainda vivo e entre nós – e de um Fundador, de quem um Prefeito da Congregação para os Religiosos, Cardeal Franc Rodé, disse ser a Igreja devedora!

Cui prodest? A quem aproveita esta atitude? O mundo católico está certamente perplexo: desta vez o camaleão apresenta tons tão surreais que, feitas as devidas ponderações, ainda continua suscitando perguntas acerca de suas variadas novas colorações:

– A quem representa o Sr. Andrea Tornielli?

– Pretende ele provocar um cisma na Igreja?

– Com que intenções?

Por fim, esclarecidas as inverdades e distorções, fazemos-lhe um convite para retornar às vias de um jornalismo culto, sério e ético. Os Arautos do Evangelho consagram a São José, padroeiro da Igreja, a própria defesa, na certeza de não serem desamparados pelo pai virginal de Jesus e castíssimo esposo de Maria. Sem prejuízo dos próprios direitos, estão eles dispostos a sempre acolher com benevolência a retratação dos caluniadores e a perdoá-los sinceramente, pois não guardam qualquer ressentimento.

Arautos do Evangelho