Está em nossa natureza o desejo da felicidade. Sempre estamos, explicita ou
implicitamente,
buscando-a de alguma forma. Basta ser humano para se querer
este ideal. E, certamente, quem a encontrou pode dizer que fez o grande negócio
de sua vida, ou então, que ganhou a vida.
Ora, mas quando é que se ganha a vida? Paulo Eduardo Roque Cardoso
Muitos dirão: Ah! Tendo muito dinheiro!
Mas se pararmos para analisar aqueles que tiveram ou têm excelente situação
econômica, poderíamos nos perguntar: todos eles foram ou são felizes? Muitos de
nós, talvez, poderemos responder pela experiência da vida: não! Seja por casos de
doença (como dizem: dinheiro não compra saúde), por problemas de
relacionamento, seja o que for, o dinheiro não traz o que a vida não
proporcionou, não se terá assim a felicidade completa.
Alguém ainda poderia dizer: a felicidade está no prestígio, em ser aplaudido e
ser bem visto. No entanto, quantos foram aqueles que num momento eram elogiados
e ovacionados e, com o passar do tempo, foram desprezados ou esquecidos. Há
casos também de pessoas muito aplaudidas pela sociedade, mas que por algum
problema pessoal carregam grandes amarguras, muito bem dissimuladas perante o
público, mas que algumas vezes acabam vindo à luz em desfechos trágicos.
Bem, mas alguém também poderá dizer: pelo menos alcançam felicidade aqueles que
têm os prazeres da vida. Aqui talvez seja mais evidente o desmentido da
realidade. Vivenciamos um período histórico no qual uma “famosa” doença atinge
a um número crescente de pessoas das mais variadas idades, entre essas, muitas
emblemáticas e gozadoras da vida, que após seus momentos de euforia, na
intimidade, têm como indesejável companheira a depressão.
Mas
então, como encontrar a felicidade?
Busquemos na
sabedoria da Igreja, “tão antiga e tão nova” – adaptando os dizeres de Santo
Agostinho – as luzes do Evangelho que possam iluminar as vias que nos
conduzirão a uma felicidade especial, incomparável, que“nem
a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam” (Mt
6, 20).
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua
cruz cada dia, e siga-me” (Lc 9, 23). Seguí-Lo para onde? Onde está
Jesus? Ele se encontra agora “sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso” (1),
em seu trono de glória, gozando da maior e mais perfeita felicidade, tão grande
que não podemos concebê-la: a felicidade eterna! E continua:
“Pois quem quiser ganhar a sua vida, vai perdê-la; e
quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,
24).
Portanto, atendamos ao convite de Nosso Senhor. Comentava estas divinas
palavras, Mons. João Clá Dias: “[…] podemos
ressaltar que, ‘ganhar a vida’ significa também ter uma existência pautada
pelos Mandamentos, visando como objetivo a santidade. Em nossa época, na qual
os homens pagam qualquer tributo para trilhar uma carreira brilhante e
construir um nome de prestígio, lucraria muito quem meditasse nessa passagem
[…]”
Então caro
leitor, se nós queremos “ganhar a vida” e, veja bem, nos dois sentidos da
expressão, ou seja, alcançarmos a felicidade possível nesta terra e a eterna no
Céu, sigamos o maravilhoso conselho, que vem acompanhado de uma promessa
infalível, não feita por qualquer homem, mas pelo próprio Homem-Deus:
“Buscai,
em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentada” (Mt.
6, 33).
E assim teremos
ganho, como Ele, a vida. Roguemos à Nossa Senhora a graça de seguirmos a Nosso
Senhor, nas vias da santidade, dos Mandamentos, alcançando a verdadeira
felicidade.
Adilson Costa
da Costa
(1)
Catecismo da Igreja Católica. Artigo 6. 11ª ed. São Paulo: Loyola,
1999, p. 189.
(2) Mons.
João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição
internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana e São Paulo:
Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 173-174.
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