
Tendo Isaac crescido,
Deus pede a Abraão o inimaginável: que Lhe oferecesse como vítima em
sacrifício esse herdeiro da promessa! Sem hesitar nem perder a
serenidade, contendo a dor, o ancião patriarca se dispõe a executara
ordem divina… Só no último momento surge um Anjo para segurar o braço do
sacrificador (cf. Gn 22, 10‑12)!
“A vida do homem sobre a Terra é uma luta” (Jó 7, 1), disse Jó.
Com
efeito, o pecado original estabeleceu o sofrimento como regra da
existência terrena (cf. Gn 3, 17‑19) e, desde então, a única forma de
vencer nessa luta é saber impostar a própria alma frente à dor. Quem
compreende ser esta inerente à nossa condição humana e a aceita com
espírito sobrenatural, vive com calma, alegria e bom humor; quem, pelo
contrário, procura fugir de qualquer padecimento, é permanentemente
atormentado pela mera perspectiva de vir a sofrer.

Em certas
circunstâncias, até para o mais perfeito dos homens, faltam as forças
naturais. Necessita ele, portanto, de um auxílio sobrenatural, com o
qual pode tudo (cf. Fl 4, 13). Para não ser um derrotado, ele precisa
rezar e alimentar-se com o Pão dos fortes: a Sagrada Eucaristia.

* * *
Imaginemos
agora Abraão e Isaac, voltando engrandecidos da terrível provação,
depois de tão belo ato de obediência que transformara sua angústia em
alegria e gratidão. Além da promessa reconfirmada, eles trazem na alma
nova plenitude de bênçãos e penhores da amizade divina (cf. Gn 22,
16‑18). E, chegada a noite, Sara e eles contemplam o céu, para novamente
contar as estrelas.
(Publicado originalmente na revista “Arautos do Evangelho”, nº 203.
Fevereiro de 2015, p. 5. Para acessar o exemplar do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, Wiki, freepickcom
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