Paz! Paz! — Poucas vezes em toda a História da humanidade se ouviu tanto este brado… e poucas vezes tivemos tanta falta dela.
Para não
irmos mais longe, quantos e quantos dos que leem estas linhas, ao sair
de casa pela manhã, recearam, alguma vez, não voltar vivo, ou ao menos
íntegro, sem ter sido assaltado, por exemplo.
Chegando mais perto,
quantos, sem sair de casa, sentem um mal estar difuso, uma insatisfação
indefinida. Para alguns — já ouvi isso de vários —, ao ficarem sós, a
cabeça mais parece o “morro dos ventos uivantes” ou quase tanto. A
quanto tempo não se ouve a expressão: “dormi no travesseiro macio da
consciência tranquila, em paz com Deus”.
Se, para
fugir a semelhantes angustias, se abre um jornal, liga-se a tv ou se
naufraga (é bem esse o termo) na internet, quase só se vê violência ou
baixarias. Onde encontrar a paz?
Quantos se
lembram dos insistentes maternais pedidos de Nossa Senhora em Fátima
para que estejamos na amizade com Deus e rezássemos o terço “para obter a
paz no mundo e nas famílias”?
FUNDAMENTO DA PAZ
O mundo é
composto de seres humanos. Enquanto estes não estiverem em paz com Deus,
com suas consciências, com o próximo, em vão podemos esperar a Paz para
o mundo.
Paz,
ensina Santo Agostinho, é a tranquilidade da ordem. Tranquilidade sem
ordem, ou vice-versa, podem até existir, porém, em nenhum dos dois casos
haverá paz, pois toda tranquilidade nasce da quietude das coisas que
não lutam por abandonar o lugar em que se encontram.
Ora, por
sua vez — e penetrando mais a fundo na questão — a paz é fruto do
Espírito Santo pois d’Ele procede como de sua real semente, ou raiz.
Conforme nos ensina a Doutrina Católica, no normal processo dos frutos
do Espírito Santo, o primeiro é a caridade, e sua consequência é o gozo.
E de ambos procede a paz.
São Tomás
de Aquino nos ensina que vive-se em perfeita ordem quando se está unido a
Deus, por ser Ele o primeiro princípio e último fim de tudo quanto foi
criado. Isto se deve a que quanto maior for o grau de união entre o
homem e Deus, mais efetivo se tornará o repouso interior.
Também
dessa união resultará uma calma confiante na presença de qualquer
inimigo externo, e nada poderá incomodar ou perturbar quem se encontra
assim relacionado com Deus, tal qual afirma São Paulo: “Se Deus está
conosco, quem estará contra nós?” (Rm 8, 31). Portanto, a paz tem seu
fundamento na vida da graça e da caridade.
Em face
dessa evidência, uma era histórica constituída na impiedade, no pecado e
na maldade não pode gozar da verdadeira paz, como nos afirma Isaías:
“Não há paz para os ímpios, diz o Senhor Deus” (Is 57, 20). Daí os
crimes, atentados, sequestros, terrorismos, guerras, etc. Paulo Eduardo Roque Cardoso
Se as
calamidades em nossa época vêm atingindo um patamar inimaginável, ainda é
tempo de se implorar a paz, e o grande meio de obtê-la é o Santo
Rosário.
“REZEM O TERÇO TODOS OS DIAS”
Pouco
habituado a longas e elevadas meditações, o povo se encanta comas
fórmulas mais singelas. Assim, o Rosário se apresenta como um breve
Catecismo sintetizando de maneira viva as principais verdades da fé.
Coloca à disposição de quem o reza, um resumo do Evangelho, e quer seja
em casa, na Igreja, ou nos percursos, recorda-se a Vida, Paixão, Morte e
Ressurreição do Senhor, ao desfiar suas contas pelos Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias.
Por outro
lado, são numerosos os casos de intervenção marial ao longo da História,
a propósito dessa devoção. Se rezarmos o Rosário, ou mesmo o terço, com
fé, veremos os abençoados frutos que essa prática de piedade nos traz.
Com Santo Agostinho, podemos dizer, esperançados, a propósito de nossos
dias: “Não se Vos encurtou a mão, que não possais salvar-me, nem se Vos
endureceu o ouvido, que não Vos seja dado ouvir-me”. Paulo Eduardo Roque Cardoso
Confiança,
pois. Façamos a nossa parte e teremos ao menos a paz mais necessária:
estarmos em paz com Jesus e Maria. A do mundo é mera consequência.
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